O futuro da humanidade

Autora: Eliate Oliveira

Contato: Eliateoliveira@gmail.com

O protagonista da obra O Futuro da Humanidade do escritor e psiquiatra Augusto Cury é um jovem aventureiro chamado Marco Polo. Seu pai, Rodolfo, admirador do aventureiro veneziano Marco Polo do século XIII decidiu pôr o nome do seu filho em homenagem ao seu ídolo. Marco Polo decide cursar medicina. No primeiro dia de aula, sobre anatomia, fica atônito e indignado com a indiferença e a falta de sensibilidade dos professores ao falarem sobre os cadáveres que os alunos iriam dissecar. Diziam friamente que se tratavam apenas de mendigos indigentes. O chefe do departamento de anatomia da universidade, o Dr. George, era sarcástico e intransigente. Marco Polo fica constrangido com a situação, assim como outros calouros, pois dizia que sob os escombros do sofrimento, das perdas e misérias físicas e psíquicas das pessoas existem belíssimas histórias de vida, regadas de esperança, lágrimas e amor.
Por possuir um espírito humanista e aventureiro decide descobrir a história de pelo menos um cadáver que iriam dissecar, após ser desafiado pelo professor especialista em anatomia, o Dr. George. Na praça do parque central conheceu Falcão, um mendigo filósofo que, posteriormente, tornara-se seu melhor amigo. Descobriu que ele fora um inteligentíssimo filósofo professor de uma universidade, mas que ao deprimir-se foi expulso do cargo de docente e traído pela esposa com o seu psiquiatra. Além disso, possuía um filho, de nome Lucas, que chamava carinhosamente de pupilo. Seu sogro proibiu-lhe de ver o filho, pois alegava que a sua doença mental poderia afetar o menino. Falcão deprimiu-se ainda mais e, querendo o melhor para seu filho, decidiu abandoná-lo e viver como andarilho. Conheceu o Poeta da Vida, um mendigo que fora um médico muito rico, que após perder a sua esposa e seus dois filhos em um acidente de carro ficou extremamente depressivo e tornou-se andarilho.
Marco Polo o convidou para ir à universidade. Chegando lá Falcão logo reconheceu a face de um dos cadáveres e contou para os presentes a sua história de vida. Dr. George ficou estarrecido ao perceber que o cadáver era na verdade o corpo de um renomado cientista cirurgião que também fora o diretor e professor da universidade que atualmente lecionava. Todos ficaram emocionados e decidiram afixar uma homenagem próxima ao corpo inerte do ilustre pensador e cientista, além de fazer o mesmo com os outros corpos. O Dr. George pediu desculpas a Marco Polo pela sua arrogância e insensibilidade e passou a fazer uma abordagem metodológica diferente em suas primeiras aulas de anatomia, incentivando os alunos novatos a pesquisarem sobre a vida dos cadáveres que iriam estudar. Convida, dias depois, Falcão para partirem em busca do filho dele. Chegando à cidade em que morava com sua família, Falcão descobre que seu filho tornou-se o pró-reitor da universidade em que trabalhava antes de adoecer.
Lucas, com 32 anos de idade, estava administrando uma palestra e ao terminar de falar foi surpreendido com um mendigo que decidira discursar, era Falcão. Descobre logo depois que se tratava de seu pai, o qual não via há mais de 20 anos. Ambos se abraçaram e choraram copiosamente por um longo tempo. Lucas compreendeu a ausência do pai e o perdoou. Falcão foi conhecer a casa do filho e, no dia seguinte, lá reviu a sua ex-esposa, Débora. Após conversarem, Falcão compreendeu suas atitudes e a perdoou tornando-se grandes amigos. Foi convidado a retornar ao seu cargo de professor na universidade em que seu filho agora era pró-reitor. Marco Polo voltou para sua cidade e a cada semestre voltava para conversar e brincar com o seu amigo Falcão que tanto lhe ensinara so bre os mistérios do teatro da vida. Decidiu, a partir daí, dedicar-se ao estudo da complexa mente humana. Após formar-se em medicina Marco Polo decide especializar-se em psiquiatria em um famoso e renomado hospital chamado Atlântico.
Lá conheceu e tornou-se amigo de vários pacientes que deprimiram-se por sofrerem perdas inexprimíveis. Dentre eles Dr. Romero, Ali Ramadan, Jaime, Isaac, Cláudia e outros mais que foram cativados pela humildade, carisma e atenção de Marco Polo. O diretor do hospital, Dr. Mário, e a enfermeira-chefe, Dora, não gostavam do jeito que Marco Polo agia, pois segundo eles suas ações poderiam causar uma rebelião entre os internados e causar um escândalo na imprensa fazendo-os perderem seus cargos. Marco Polo revolucionou a forma de tratar os doentes mentais do hospital Atlântico e tornou-se muito reconhecido pela sociedade. Usava músicas clássicas para tranquilizar seus pacientes além de incentivar os seus talentos através de cursos de dança, pintura, música e outras habilidades que eles, posteriormente, desenvolveram com maestria. Depois de especializar-se passou a criticar veementemente os rumos que a psiquiatria estava tomando.
As pessoas depressivas são tratadas como máquinas e não como seres humanos que possuem uma complexa capacidade de gerenciar pensamentos, que possuem histórias de alegrias e sofrimentos, famílias, amigos e que, acima de tudo, choram, cantam, riem, enfim, não são tratados como seres humanos portadores de emoções e sentimentos. Os psiquiatras tratam de doenças e não de doentes. Prescrevem inúmeros medicamentos para seus pacientes ignorando a afetividade e a comunicação como tratamento eficaz contra doenças psicológicas, como a depressão. Em uma conferência Marco Polo conhece uma jovem chamada Anna. Ficou encantado com a sua beleza. Decidiu conversar com ela, mas esta não queria aproximação. Marco Polo ficou intrigado com o seu comportamento e decidiu conhecê-la melhor. Após muita persistência conquistou sua amizade. Descobriu que ela era extremamente depressiva. Anna contou-lhe que desenvolveu a doença ainda quando criança, após encontrar sua mãe morta em seu quarto.
Sua mãe sofria de transtornos psicológicos e para aliviar seu sofrimento e sua dor suicidou-se. Seu pai, o empresário Lúcio Fernández, era bilionário e insensível. Nunca lhe dava atenção e amor como sua mãe o fizera. Por isso desenvolveu uma série de outros problemas psicológicos, como timidez, insegurança, hipersensibilidade. Anna era ótima com os outros, mas péssima consigo mesma. Marco Polo decide ajudá-la a libertar-se do seu cárcere emocional. Ambos se apaixonam e começam a namorar. O pai de Anna era contra o namoro, pois queria que a filha se casasse com um homem a sua altura econômica, um juiz, por exemplo. Marco Polo enfrenta todas as adversidades para manter o amor e o relacionamento que tinha com Anna e convida-a para se casarem. Lúcio só aceita o casamento se for com separação total de bens. Marco Polo, conhecendo a ambição exacerbada do sogro, diz-lhe que só casará com Anna se ficar com toda a sua fortuna.
Lúcio fica abalado e indignado com a proposta, pensando que Marco Polo era um salafrário que queria lhe aplicar um golpe. Marco Polo completa dizendo que sua maior fortuna é Anna e que, portanto, só se casará se herdá-la completamente. Para fazer uma surpresa à filha, Lúcio prepara-lhe uma luxuosa festa surpresa e convida ilustres personalidades como senadores, governadores, presidente da república, atrizes famosas de cinema e o presidente de segurança. No dia do casamento Anna e Marco Polo ficam assustados com a surpresa, porém preferiram manter a discrição para evitar tumulto. Os amigos de Marco Polo do hospital Atlântico, convidados por ele, foram barrados na entrada da festa por apresentarem características de psicóticos e mendigos. Todos ficaram chocados ao descobrirem que eram amigos do noivo. Marco Polo os tratou com muita humildade e carinho, diferente de muitos artistas e empresários que os humilharam por causa de suas condições físicas e econômicas.
Ao descobrir que Marco Polo foi o responsável pela denúncia dos efeitos colaterais do medicamento Venthax, Lúcio queria interromper o casamento, pois ele era o dono da indústria farmacêutica que o produzira e, por isso, acabou perdendo milhares de dóla res com a queda de vendas após a denúncia. Falcão aparece no final da festa dizendo para Marco Polo não deixar sua criança morrer abandonada. Todos criticaram Marco Polo pensando que ele havia abandonado um filho. Marco Polo diz aos presentes que Anna o ajudará a criá-la. Todos ficaram mais estarrecidos ainda. Na verdade Falcão estava se referindo a criança interior que existe dentro de nós e que nos faz sermos mais felizes e contemplativos. Marco Polo e Anna ficam enormemente felizes com a presença do inigualável amigo. A maioria dos convidados, sobretudo alguns empresários, políticos e artistas, começou a cantar e dançar valsa, movidos pela euforia e animação dos noivos e seus amigos estranhos.


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