Até que ponto você ama verdadeiramente a vida

Autor: Jeremias Francisco TTorres

Contato: jttorresft20@gmail.com

De onde provem toda a infelicidade humana?
Do egoísmo! Do egoísmo?
Sim, o bem para si e os familiares e o mal para o semelhante. Em outras palavras, pegar tudo que puder para si próprio e deixar o outro “a ver navios!”
Há dois extremos a serem combatidos e entendidos sobre esses fatores!
O primeiro deles é o seguinte: excesso de amor a vida é apego a matéria!
O segundo é: o desprendimento total da vida é descaso!
Num e noutro, há incoerência!
No caso do chamado desprendimento partindo de pessoas ricas, gera-se a indiferença, o escárnio e outras coisas mais. É o caso do indivíduo, num leilão, arrebatar, por exemplo uma obra de arte (adoro arte) por alguns milhares de dólares e não doar um centavo, para a sociedade protetora dos animais, causa social ou para sociedade protetoras das crianças deficientes ou não deficientes e assim por diante!
No outro extremo do desprendimento, entre a pobreza, ocorre o desespero. Observa o indivíduo (pobre) pessoas ricas possuírem tudo (sendo más, no entender dele) e ele não possuir nada, e somente entender por Divina Providência, um Deus de barba, que doa ou que pune.
O Poder Superior que mitigue sua sede e atenda a seus pedidos e súplicas e não entendendo os inúmeros benefícios de uma “negativa”, procura na morte, mais precisamente, no suicídio, o fim de seus suplícios... é o que imagina!
Há equívocos de ambos os lados. Não é possível entregar totalmente a vida, nossas esperanças e nem procurar “usufruir” de “tudo de bom” que a vida dá, uma vez que existem pessoas, em situação de miséria extrema, doentes, loucos, sem tetos, drogados, etc.
Outro dia, a passos largos passava eu pelo centro de São Paulo, quando observei um pedinte sentado à margem da via pública. Pela direção de seu olhar, pude ver ou talvez pressentir, que olhava em direção aos meus pés (?!)
Olhei para os seus, e constatei que não os tinha!
Como eu, posso ser COMPLETAMENTE indiferente a esse fato e não ficar constrangido com isso?
Eu particularmente, acredito que a virtude assim, como o egoísmo são atributos da alma, localizados muito profundamente em cada ser e tanto um quanto o outro, são particularmente difícil de serem adquiridos. A virtude não há o que se falar além do que se já sabe e muito mais: estoicismo, renuncia, amor ao próximo, paciência...
Quanto ao egoísmo é todo o oposto disso tudo!
Assim e somente assim, é possível entender como vivem felizes essas pessoas lá de Beverly Hills e mesmo aqui do Morumbi, enquanto seus vizinhos “torram” no sol ou congelam no frio...
Ninguém precisa abrir mão de tudo! Mas, impor um limite a si mesmo para usufruir...
Nem há que ser o “Chaves” da antiguidade, Diógenes, por exemplo, o Filósofo que perambulava pelas ruas da Grécia, em 323 a.C., morando num barril e seus únicos bens, era uma colher tosca de madeira e uma caneca... confrontado por Alexandre, o Grande, que para testá-lo, perguntou o que ele (Alexandre) poderia lhe dar em ouro, prataria, terras, casas, etc.
“Queres saber”, falou Diógenes. “Quereis me dar algo? Então, sai da frente do Sol, pois estás fazendo sombra sobre mim e eu só quero desfrutar da luz solar!”
Não há necessidade de extremos, mas, moderar os gastos com iates, jóias, mansões, supérfluo de toda horda, contribuiria em muito com o progresso da humanidade e é claro, com a redução do egoísmo e sua sócia: A CRIMINALIDADE!


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