Sintaxe

Sintaxe, palavra de origem grega, significa: arranjo, disposição, organização; construção gramatical. Foi um ramo de estudo da linguística desenvolvido na Grécia antiga, onde se estudava os processos gerativos, combinatórios e formadores das frases, daí ter chegado até nós o conceito de frase, sujeito e predicado. Na gramática portuguesa, sintaxe refere-se ao conjunto das palavras. A palavra enquanto frase deixa de ser domínio da morfologia e passa a pertencer ao domínio da sintaxe. Não se trata mais de forma, como na morfologia, mas de função e, por isso mesmo, da relação entre uma palavra e outra, entre as duas e o verbo e de tudo isso com outro verbo. A primeira distinção necessária é entre frase, oração e período. O elemento distintivo entre os três é o verbo. O verbo conjugado, não valendo a forma nominal. Se o verbo não está presente, há uma frase. Se o verbo está presente e ocorre uma única vez, há uma oração. Se o verbo está presente e ocorre duas ou mais vezes, há um período. É possível existir frase com uma palavra só, ou com período curto. O fundamental, nos três casos, é a construção de enunciado de sentido completo. Nem toda palavra isolada é uma frase. Depende do contexto. A extensão também não determina se há frase ou período. Essa é tarefa do verbo. Portanto, quando vamos tratar de sintaxe, interessa-nos fundamentalmente a oração e o período.

Claro que há muito mais complexidade no assunto, e uma boa divisão para estudo da sintaxe podemos encontrar no livro: “Gramática descritiva do português”, do autor Mário A. Perini (compre e leia o livro, vale a pena). Veja a seguir como foi feita esta divisão:

3. A oração simples
3.1. A frase e a oração
3.1.1. Frase, oração, período
3.1.2. Força ilocucionária
3.1.3. Tipos de orações
3.1.3.1. Imperativas
3.1.3.2. Interrogativas
3.1.3.3. Exclamativas
3.1.3.4. Declarativas
3.1.3.5. Optativas
3.1.3.6. Sumário
3.2. Funções sintáticas
3.2.1. Estrutura interna da oração
3.2.1.1. Definição formal das funções
3.2.1.2. A hierarquia dos constituintes
3.2.1.3. Diferenças de comportamento gramatical
3.2.2. Funções sintáticas na oração
3.2.2.1. Predicado e núcleo do predicado
3.2.2.2. Predicado complexo; auxiliar
3.2.2.3. Sujeito
3.2.2.4. Objeto direto
3.2.2.5. Complemento do predicado
3.2.2.6. Atributo e predicativo
3.2.2.7. Negação verbal
3.2.2.8. Adjunto adverbial, adjunto oracional, adjunto circunstancial
3.2.2.9. Funções repetidas na oração
3.2.2.10. Sumário: a estrutura da oração
3.3. Vocativo
4. O sintagma
4.1. Funções de nível suboracional
4.2. Funções sintáticas no sintagma nominal
4.2.1. O SN máximo
4.2.2. Estrutura do SN: a área esquerda
4.2.2.1. Descrição
4.2.2.2. Itens de função duvidosa
4.2.3. A área direita
4.2.3.1. Descrição
4.2.3.2. Justificação das funções
4.2.3.3. Discussão
4.2.3.4. Exemplificação
4.2.4. Repetições de termos no SN
4.2.5. Sobre as incertezas da análise
4.3. O predeterminante
4.4. Ainda o SN: SNs sem núcleo?
4.5. Funções sintáticas no sintagma adjetivo
4.5.1. O SAdj
4.5.1.1. Estrutura interna do SAdj
4.5.1.2. Fatos e perguntas
4.6. O sintagma adverbial
4.7. Complementos X adjuntos
4.8. O aposto e os parentéticos
4.8.1. Os parentéticos
4.8.2. A considerar: e o AO?
4.8.3. Integração dos parentéticos na oração
5. A oração complexa
5.1. Recursividade
5.2. Orações dentro de orações
5.2.1. Critério de contagem de orações
5.2.1.1. Casos de segmentação clara
5.2.1.2. Com verbos no subjuntivo
5.2.1.3. Orações “reduzidas”
5.2.1.4. Conclusão
5.2.2. Subordinação e coordenação
5.2.2.1. Limites da oração principal
5.2.2.2. Limites da oração subordinada
5.2.2.3. Coordenadas: quantas orações?
5.2.2.4. Coordenação de subordinadas?
5.2.3. Marcas de subordinação
5.2.3.1. Conjunções
5.2.3.2. Relativos
5.2.3.3. Marcas de interrogativa indireta
5.2.3.4. Desinência de subjuntivo
5.2.3.5. Desinências de infinitivo e de gerúndio
5.2.4. Marcas de coordenação
5.2.4.1. Coordenação sem marca
5.2.4.2. Coordenação com e, oue mas
5.2.4.3. Porém
5.2.4.4. Conectivos descontínuos
5.3. Funções e estrutura dos sintagmas complexos
5.3.1. Sujeito e objeto direto
5.3.2. Atr, AA, AO e AC
5.3.3. Modificador externo
5.3.3.1. A construção relativa
5.3.3.2. O relativo como modificador
5.3.3.3. Dois tipos de construção relativa
5.3.3.4. Uso dos diferentes relativos
5.3.4. Interrogativas indiretas
6. Transitividade, regência e concordância
6.1. O fenômeno da regência
6.2. Transitividade verbal
6.2.1. Crítica da classificação tradicional
6.2.2. Desenvolvendo uma nova análise
6.2.3. Sintaxe ou semântica?
6.2.4. Previsão de ocorrências
6.3. Transitividade nominal
6.4. Regência: forma dos complementos oracionais
6.4.1. Subjuntivo e indicativo
6.4.2. Infinitivo
6.4.3. Forma dos complementos oracionais do verbo
6.4.4. Classificação dos verbos
6.5. Revisitando os predicados complexos
6.6. Concordância
6.6.1. Preliminares: traços do SN
6.6.1.1. Marcação dos SNs: pessoa
6.6.1.2. Marcação dos SNs: gênero e número
6.6.1.3. Casos particulares e problemas
6.6.2. Concordância verbal
6.6.2.1. Que é concordância verbal
6.6.2.2. O mecanismo da concordância verbal
6.6.2.3. Explicando os “erros de concordância”
6.6.2.4. Vantagens da análise proposta
6.6.3. Concordância nominal
6.6.3.1. Que é concordância nominal
6.6.3.2. Concordância dentro do SN
6.6.3.3. Concordância nominal na oração
6.6.4. Infinitivo flexionado
6.6.4.1. O problema
6.6.4.2. Papel do verbo principal
6.6.4.3. Prevendo a ocorrência do infinitivo flexionado
6.6.4.4. Exemplificação
6.6.4.5. Os três tipos de verbos: algumas notas
7. Sistemas de correspondência
7.1. A relação de correspondência
7.1.1. Definições
7.1.2. Condicionamento gramatical e condicionamento léxico
7.1.3. Funções sintáticas e a correspondência
7.2. Grupos de correspondência total
7.2.1. Definições
7.2.2. Topicalização
7.2.3. Anteposição de elemento Q
7.2.4. Clivagem
7.2.5. Pseudoclivagem
7.2.6. Movimentação de clíticos
7.2.7. Movimentação do predeterminante
7.2.8. Movimentação de Atr e AO
7.3. Grupos de correspondência parcial
7.3.1. Ativas e passivas
7.3.2. Alçamento de objeto
7.3.3. Pré-núcleos e modificadores
7.4. Posposição de sujeito
7.5. A correspondência na descrição da língua
8. Estruturas sintáticas do português
8.1. Ordem dos termos na oração
8.1.1. Regras de estrutura sintagmática
8.1.2. Estrutura da oração: um exemplo
8.1.3. De onde vem a ordenação
8.1.4. Posicionamento dos clíticos
8.1.4.1. O problema
8.1.4.2. Restrições à prédise e à ênclise
8.1.4.3. Casos de “atração”
8.1.4.4. Até onde vai a próclise?
8.1.5. Posposição do sujeito
8.2. Ordem dos termos no sintagma nominal
8.3. Estruturas oracionais do português
8.3.1. Enumeração das estruturas
8.3.2. A sintaxe dentro da descrição geral
8.3.3. Ampliando a análise

Após estudar cada tópico desse detalhadamente, esteja certo que poucos no país saberão mais do que você sobre sintaxe.

Assunto anterior

Assunto anterior

          

Próximo assunto

Próximo assunto