Pergunta: O que é semântica e estilística?

Semântica

Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:
As homônimas podem ser:
Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);
Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);
Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.
Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)
Conotação e Denotação:
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Estilística

A estilística refere-se à expressão estética da palavra. Trata dos modos de exprimir o pensamento mediante a linguagem. Sua finalidade, segundo algumas correntes teóricas, é aumentar o rendimento informativo. Para outros é a finalidade na redação de um texto é produzir no leitor um efeito: fazê-lo entender o texto e lembrar-se dele. Qualidades do estilo:
Correção: obediência às normas gramaticais. Uso de padrão de linguagem que sirva de instrumento geral de comunicação na sociedade. Preocupação com a estrutura da frase - seus elementos e sua distribuição no interior da frase: evitar períodos sem nexo e sem sentido; Uso adequado da Sintaxe: a) de Concordância (nominal e verbal); b) de Regência (nominal e verbal); c) de Colocação (pronominal). O descuido com a Sintaxe resulta em casos de solecismo; Impessoalidade verbal: emprego de verbos na 3ª pessoa do singular (o verbo Haver com o sentido de Existir; expressões do tipo: É necessário; É preciso), ou 3ª do plural (Dizem).
Clareza: É a percepção transcrita do pensamento. Exerce, portanto, papel essencialmente didático junto ao leitor. Para conseguir tal objetivo, evitar: exagero da ordem inversa; frases longas; emprego de barbarismos sintáticos; purismo e preciosismo; anfibologias; mau emprego da pontuação. Ex. de uso de vírgula que modifica o sentido da frase: “ ... antes de ser o leitor da manhã seguinte, foi o telespectador e o ouvinte da noite anterior. Isto também é válido, principalmente para os leitores, cuja fonte de informação é apenas a imprensa". OBS.: Se usarmos a vírgula antes do pronome relativo cuja (2º. período), estaremos nos referindo a todos os tipos de leitores, e não somente a um tipo específico de leitores – os que têm como fonte de informação apenas a imprensa – o que motivará uma incoerência no parágrafo, se comparados o 1º período com o 2º.
Brevidade: Refere-se ao ritmo do texto, conseguido pelo emprego de recursos estilísticos do campo da sintaxe e da semântica.
Concisão: Refere-se à quantidade ou volume de palavras (uso de poucas palavras) para exprimir uma Ideia. Para que as Ideias sejam claramente expostas, com o menor número de palavras, devem-se evitar: Digressões inúteis; Palavras supérfluas; Adjetivação desmedida; Períodos extensos e emaranhados; Repetição pura e simples; Pleonasmos viciosos. Precisão (ou exatidão) da Ideia. Escolha da palavra certa para a Ideia a exprimir. Impropriedade de termos resulta em linguagem obscura e de significado ambíguo, o que contribui para dificultar o entendimento. A precisão é uma forma de chegar à concisão.
Densidade: Refere-se à Semântica. Trata-se da quantidade ou grande volume de significado empregado numa palavra ou expressão. OBS.: Um recurso oposto à densidade é o plebeísmo, resultante do uso de expressões triviais – caracterizadoras da falta de instrução – e de clichês (ou lugar-comum), constituídos de fórmula, argumento ou Ideia muito conhecida e repisada. Por isso, os clichês já perderam força de significado e, portanto, provocam empobrecimento de significação. Ex.: A união faz a força. O hábito faz o monge. Ninguém é insubstituível. Em síntese, esta é a fórmula para a brevidade: Se conseguimos usar poucas palavras para expressar-nos; se conseguimos usar poucas palavras ricas em significação, temos um texto não somente bem elaborado sintaticamente, como também semanticamente. Isto é: o texto está bem elaborado em termos de forma e de conteúdo.
Naturalidade: Escrever sem deixar transparecer nenhuma preocupação estilística. A linguagem deve, pois, ser espontânea, colorida como a fala. O contrário disso é o preciosismo.
Originalidade: É a visão particular do mundo e das coisas. Procurar fugir a qualquer tendência de imitação.
Harmonia: Consiste: a) na boa disposição das palavras na frase; seu oposto são a cacofonia; b) E também: as diferentes partes de uma frase que se relacionam devem ter a mesma estrutura. Contribui para a clareza do texto. Ex.: (a) "O gerente de vendas apresentou um programa de vendas que explicava como deveriam ser as visitas e que destacava os pontos falhos.". (b) “é necessário que seja implantada uma política pedagógica rural e também repensar o papel das universidades.”. (c) “A maneira como a informação chega ao público é de vital importância para os meios de comunicação, que lutam não apenas por serem lidos por alguns, mas sim, para terem o público cativo e crescente.”.


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