Como fazer a escolha certa

Autor: Paulo Santos Calado - São Paulo SP

Contato: lavidapaulo@gmail.com

A VIDA que realmente tem sentido - quão satisfatória ela pode ser! E isso se dá especialmente quando oferece a promessa dum futuro seguro e feliz. Podemos nós mesmos escolher tal modo de vida? Há motivos válidos para crermos que sim.
É essencial, porém, fazermos esta escolha sem demora. Em primeiro lugar, nossa vida humana estende-se no máximo apenas a algumas décadas e apresenta muitas incertezas. Quem pode contar com ser capaz de gastar muitos anos em experimentar primeiro um tipo de vida e depois outro, esperando finalmente descobrir qual é o melhor? No momento, as escolhas feitas podem parecer boas. Mas, quantas vezes ouvimos dizer: 'Se eu apenas pudesse fazer tudo de novo'? Não só isso, mas há razões para crer que o tempo é limitado para a raça humana, como um todo, descobrir um meio para fazer a escolha certa. AJUDA PARA ENCONTRAR O MEIO
Portanto, a questão é quem nos pode dizer o que é que fará nossa vida ter verdadeiro significado? Quem nos pode indicar um meio que não resulte em remorsos, que decididamente garanta um futuro feliz e seguro? Não devia ser logicamente Aquele que fez a humanidade? Nosso Criador, certamente, sabe qual é o melhor modo de vida para nós. E ele o revela a nós na sua Palavra inspirada. Mas não nos obriga a adotá-lo. Antes, convida cordialmente as pessoas de todas as raças a fazer a escolha sábia.
Há séculos, ele começou a usar homens e mulheres devotos, altruístas, para fazer este convite. Seu próprio exemplo, em prover generosamente todo o necessário para a vida, dá força aos seus encarecimentos. Deus está realmente interessado em nós - em todos nós - e está pronto para ajudar-nos. Isto foi esclarecido nas seguintes palavras inspiradas do apóstolo Paulo, dirigidas ao povo da antiga Atenas: "O Deus que fez o mundo e todas as coisas nele sendo, como Este é, Senhor do céu e da terra, não mora em templos feitos por mãos, nem é assistido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa, porque ele mesmo dá a todos vida, e fôlego e todas as coisas. E ele fez de um só homem toda nação dos homens, . . . para buscarem a Deus, se tateassem por ele e realmente o achassem, embora de fato, não esteja longe de cada um de nós. Pois por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos, assim como disseram certos dos poetas entre vós: 'Pois nós também somos progênie dele.'" - Atos 17:24-28.
Nós, como 'descendentes' de nosso Criador, temos diante de nós que escolha? As palavras seguintes do discurso inspirado, a indicam, dizendo: "Visto, pois, que somos progênie de Deus, não devemos imaginar que o Ser Divino seja semelhante a ouro, ou prata, ou pedra, semelhante a algo esculpido pela arte e inventividade do homem. É verdade que Deus não tem tomado em conta os tempos de tal ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam. Porque ele fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada, por meio dum homem a quem designou, e ele tem fornecido garantia a todos os homens, visto que o ressuscitou dentre os mortos." (Atos 17:29-31) De acordo com isso, basicamente há apenas duas escolhas: As pessoas podem escolher voltar-se para o Altíssimo e sujeitar-se à sua vontade; ou podem escolher continuar a levar uma vida que não faz caso dele, nem de sua orientação para uma vida feliz. O que estaria incluído em nos voltarmos para Deus?
O mais importante é que inclui aceitar aquele por meio de quem "se propôs julgar em justiça a terra habitada". Este é seu próprio Filho, que, na terra, levou o nome de Jesus. (João 5:22, 27) Por que a ele? Porque a humanidade, inegavelmente, está em servidão, em escravidão à imperfeição, ao pecado e à morte, e ele mostrou ser o há muito aguardado Messias ou Cristo, por meio de quem o Altíssimo pretende dar livramento de tal escravização. - Isaías 53:7-12.
O relato bíblico mostra o seguinte: Na primavera (setentrional) de 33 E.C., Jesus morreu numa estaca de execução. Sua morte proveu o sacrifício necessário para expiar nossos pecados. (1 Pedro 2:24; 1 João 2:2) Quarenta dias depois de ter sido ressuscitado dentre os mortos, ele ascendeu ao céu, a fim de apresentar ali ao Pai o valor de seu sacrifício. A partir de então, a humanidade, em toda a parte, precisava saber que o livramento do pecado e da morte só podia ser conseguido pela aceitação de Jesus como o Salvador designado por Deus. "Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu, que tenha sido dado entre os homens, pelo qual tenhamos de ser salvos." (Atos 4:12) Portanto, o modo desejável de vida é aquele que nos granjeia uma condição aprovada perante Deus, como seguidores de seu Filho, sim, como genuínos cristãos. OS BENEFÍCIOS RESULTANTES DE TAL VIDA
Centenas de milhões de pessoas afirmam hoje ser cristãos. Significa isso que encontraram o melhor modo de vida? Não, porque a mera profissão de ser cristão não garante tal vida. De fato, Jesus disse que muitos afirmariam que ele é seu Senhor, mas que lhes diria: "Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei." (Mateus 7:23) Se professamos ser cristãos, temos um bom motivo para examinar se realmente nos harmonizamos com o exemplo e o ensino do Filho de Deus. Isto suscita a pergunta: O que devemos esperar ver no modo em que os genuínos cristãos vivem, que o torna o melhor modo de vida, mesmo já agora? A resposta a esta pergunta é básica para se saber que grupo, dentre os muitos professos crentes em Jesus Cristo, representa sua verdadeira congregação.
O Filho de Deus disse: "Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós." (João 13:35) A verdadeira congregação cristã, portanto, deve ser uma fraternidade internacional, livre de barreiras raciais, nacionais, tribais, sociais e econômicas. Nesta fraternidade, onde quer que estejamos na terra, devemos poder encontrar amigos leais, pessoas em que podemos ter confiança e a quem podemos confiar os nossos bens. Mesmo sem nos conhecerem pessoalmente, mostrariam maior preocupação e afeição por nós do que muitos de nossos próprios parentes. (Marcos 10:29, 30) Para milhões de professos cristãos, pode parecer incrível que tal fraternidade internacional exista. Mas, muitos milhares de Testemunhas de Jeová podem atestar que usufruem verdadeira afeição fraternal.
Quem não concordaria que usufruir boas relações também com membros da família, vizinhos e colegas de trabalho contribui enormemente para nossa felicidade pessoal? Jesus Cristo viveu e ensinou o modo amoroso de proceder. Este modo estabelece boas relações com os outros, porque "o amor não obra o mal para com o próximo". (Romanos 13:8-10) Outrossim, também, quando tratamos os outros com bondade, compaixão e amor, facilitamos-lhes demonstrar essas qualidades desejáveis para conosco.
A orientação bíblica pode proteger-nos contra prejudicarmos a nós mesmos. Certamente, deveríamos esperar isso a respeito do melhor modo de vida. Seguirmos as normas de moral da Bíblia protege-nos contra o dano emocional e o medo que inevitavelmente acompanham as relações ilícitas. (Provérbios 5:3-11, 18; Mateus 5:27, 28; Hebreus 13:4) Vivermos como discípulos devotados de Jesus Cristo dá-nos a força necessária para nos mantermos longe da bebedice, do excesso no comer, do vício das drogas, da jogatina e de outros vícios. (Provérbios 23:29, 30; Isaías 65:11; 1 Coríntios 6:9-11; 2 Coríntios 7:1) Os recursos antes desperdiçados com estes hábitos podem ser usados em proveito de outros, o que resulta em sentirmos a felicidade superior que vem de se dar algo de todo o coração. (Atos 20:35) Seguirmos o conselho bíblico de evitar o amargo ressentimento e a inveja realmente promove melhor saúde. - Salmo 37:1-5; Provérbios 14:30.
Todos nós, naturalmente, numa ou noutra ocasião, deixamos de ser a espécie de pessoa que gostaríamos de ser. Podemos ferir outros, quer em palavras, quer em atos. Acontece que ficamos assim dolorosamente apercebidos de que somos humanos imperfeitos. No entanto, quando humildemente pedimos o perdão de Deus, ele o concede à base de nossa tristeza de coração e de nossa fé nos benefícios expiatórios do sacrifício de Jesus. (1 João 2:1, 2) Por isso podemos continuar a ter uma boa consciência. Não tememos dirigir-nos a Deus em busca de ajuda em qualquer assunto, confiantes em que ele, por meio de seu espírito, nos ajudará a lidar com bom êxito com nossos problemas e provações. - 1 João 3:19-22.
Que dizer dos que escolhem levar uma vida em que mostram pouca preocupação com a Palavra do Criador? Eles carregam sozinhos os seus problemas e as suas aflições. Além da possibilidade de usufruírem agora uns poucos anos, não têm nenhuma esperança real quanto ao futuro. Quando a morte se aproxima, muitas vezes sentem uma expectativa temível duma possível punição da parte dum poder superior.
Quão diferente é com os genuínos discípulos de Jesus Cristo! Eles não temem um futuro dia de ajuste de contas. Antes, com viva expectativa, aguardam a vinda de Jesus Cristo em glória, como rei vitorioso, que os libertará de todas as injustiças e opressões, e depois estenderá seu domínio sobre todas as partes da terra. (2 Tessalonicenses 1:6-10; Revelação 19:11-16; veja o Salmo 72:8.) Sim, aguarda-nos um grandioso futuro. O que usufruiremos então? ESPERANÇA SUPERIOR QUANTO AO FUTURO
A Bíblia responde: "Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça." (2 Pedro 3:13) "[Deus] enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram." (Revelação [Apocalipse] 21:4) Nem mesmo a morte pode impedir que se alcance tal futuro, porque o Criador da vida também pode ressuscitar os mortos. E ele fará isso por meio de seu Filho. - João 5:28, 29.
O que pode significar para você o cumprimento das promessas divinas? Imagine viver sob o governo, sem falhas, de Jesus Cristo, entre pessoas que se importam genuinamente com você, de bom grado pondo os seus interesses à frente dos delas. Todos obedecendo à lei suprema do amor, não haverá crime, nem injustiça, nem opressão. Você não desapontará nem a si mesmo, nem os outros. A angústia mental por causa de incertezas ou de graves perigos será desconhecida. A depressão, a futilidade e a solidão, que amarguraram a vida de milhões de pessoas, não existirão mais. Os gemidos por causa de grandes dores físicas nunca mais serão ouvidos. Ninguém terá os olhos cheios de lágrimas de tristeza. Nem mesmo a morte o prejudicará, abreviando suas atividades ou arrancando-lhe os seus entes queridos. - Isaías 25:6-8; 65:17.
Contraste isso com o que têm aqueles que, embora não sejam moralmente corrutos, não dão lugar ao Criador na sua vida. Talvez tenham a honra e os bens materiais que desejam, possivelmente tirando certa medida de satisfação de ajudar os necessitados, e usufruindo atividades culturais e prazeres sadios. Mas, eles têm de admitir o fato inescapável de que nada neste mundo tem qualquer permanência real. Ninguém é imune a acidentes, doenças ou morte. Os bens nem protegem contra essas coisas, nem podem ser levados junto quando a vida acaba. (Salmo 49:6-20; Eclesiastes 5:13-15; 8:8) Os esforços bem-intencionados de ajudar o próximo podem ficar frustrados por causa de circunstâncias desfavoráveis. Portanto, convém perguntar: Quão significativa pode ser a vida, quando o derradeiro futuro que oferece é apenas a sepultura? Como pode ela ser classificada como boa, quando realmente age contra o futuro eterno da pessoa? - Veja Eclesiastes 1:11, 15, 18; 2:10, 11; 9:11, 12. É TEMPO PARA ESCOLHER
Especialmente em vista da existência dum dia de ajuste de contas, é imperioso que as pessoas, em toda a parte, escolham um modo de vida que traga satisfações, não condenação. É muito urgente fazer tal escolha. Não sabemos o que o amanhã possa trazer. Além disso, a vinda de Jesus Cristo, para estender seu domínio régio sobre a terra inteira, aproxima-se cada vez mais. A situação da humanidade é similar à do patriarca Noé, nos dias antes do dilúvio global. Ele tinha duas escolhas: (1) adotar os modos licenciosos dos seus contemporâneos ou (2) sujeitar-se à vontade de Deus. Felizmente, Noé fez a escolha certa. Construiu uma arca, e, com sete membros de sua família, entrou nela sob a direção de Deus. Estes oito membros da família humana sobreviveram ao dilúvio, e por isso é que nós estamos hoje vivos. - 1 Pedro 3:20.
De maneira similar, um dos requisitos para obtermos a vida eterna é assumirmos o compromisso de servir a Jeová Deus como discípulos de Jesus Cristo. Assim como não havia salvação fora da arca, não há salvação para nós fora da provisão de Deus, por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Após mencionar a libertação dos oito humanos na arca, o apóstolo cristão Pedro escreveu: "O que corresponde a isso salva-vos também agora, a saber, o batismo, (não a eliminação da sujeira da carne, mas a solicitação de uma boa consciência feita a Deus,) pela ressurreição de Jesus Cristo. Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e foram-lhe sujeitos anjos, e autoridades, e poderes." - 1 Pedro 3:21, 22.
Não é o mero batismo em água que resulta na salvação. Embora a água possa eliminar a sujeira ou imundície, não é "a eliminação da sujeira da carne", por uma solene lavagem externa, que salva. Note que Pedro disse que a salvação vem "pela ressurreição de Jesus Cristo". Portanto, quem é batizado precisa reconhecer que a vida eterna só é possível porque o Filho de Deus teve uma morte sacrificial, foi ressuscitado no terceiro dia e finalmente foi enaltecido à mão direita de Deus. - Romanos 10:9, 10.
Além disso, o apóstolo Pedro colocou a ênfase em fazer uma "solicitação de uma boa consciência, feita a Deus". Para obterem tal boa consciência, todos os que querem ser batizados precisam primeiro arrepender-se de seu anterior proceder errado, precisam ter fé na provisão de vida eterna feita por Deus, precisam desviar-se do proceder mau e dedicar-se, ou comprometer-se plenamente, a fazer a vontade divina. O batismo é o símbolo público desta resolução íntima. Depois de cumprir o que Jeová Deus agora exige, o discípulo batizado passa a ter uma boa consciência. Enquanto mantiver tal boa consciência, estará numa condição salva. Não se expressará contra ele o julgamento adverso de Deus. - Veja Atos 2:38-40; 3:19; 10:34-48.
Quanto mais cedo a pessoa escolher este modo superior de vida, tanto mais cedo passará a colher seus benefícios. Uma vez feita a escolha para nos harmonizarmos com a vontade de Deus e nos sujeitarmos ao batismo em água, em símbolo de nosso compromisso ou dedicação, certamente queremos apegar-nos fielmente a esta decisão. Mas o que nos ajudará a continuar escolhendo seguir este modo de vida? Como podemos resistir às influências que poderiam resultar em perdermos as bênçãos presentes e futuras, associadas com sermos genuínos discípulos do Filho de Deus? Há muito tempo, o inspirado apóstolo Pedro proveu respostas excelentes a estas perguntas. Suas duas cartas constituem a base para o que se apresenta nesta publicação. Esperamos que, por meio de nosso exame destas cartas, sejamos animados a adotar o melhor modo de vida como servos de Deus, continuando a usufruir tal rumo na vida na medida mais plena.


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