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A violência no estado de São Paulo.

Esta onda de violência no estado de São Paulo não é novidade, em 2006 já houve um conflito semelhante entre o crime organizado e as forças de segurança pública. A violência na ocasião deixou dezenas de policiais e centenas de civis mortos. Esta onda irá se repetir novamente daqui a alguns anos, e depois, e depois, e depois...

Enquanto estivermos vivendo num sistema capitalista, individualista, e sem amor ao próximo; teremos mortes e mais mortes. Essas ondas de assassinatos não é privilégio de São Paulo, ocorre em todas as cidades de todos os estados do país. Os homicídios ocorrem de maneira natural, para muitos, matar já virou um habito. Faz parte da cultura brasileira aceitar passivamente a violência, somos religiosos, e também somos um tanto quanto covardes.

Fala-se muito em criar penas mais pesadas, alterar as leis do código penal, aumentar o contingente policial, etc. Tudo isso soa mais como medidas paliativas, não é percebido um movimento governamental articulado e planejado para mudar o sistema reinante e pôr fim definitivo em toda essa confusão em que se tornou nossa vida social. Desde a mais tenra idade somos treinados e exigidos a nos dar bem a qualquer preço. Só interessa o nosso sucesso individual, por menor que seja, não interessando quantas frustrações e os danos que iremos causar. Isso é violência.

Cresci na cidade de São Paulo e posso dizer que nunca foi uma cidade calma, a violência sempre existiu em grande escala, mas somente em alguns momentos a imprensa volta seus olhos para ela. Morrem bandidos, policiais e cidadãos diariamente pelas ruas da cidade. Andarilhos morrem de frio, crianças morrem estupradas, mulheres morrem pelas mãos dos maridos, trabalhadores morrem assaltados, velhos morrem abandonados pela família, jovens morrem entre as ferragens dos carros, e quase todos... Morrem procurando a cor do dinheiro. Quando criminoso mata policia, policia mata criminoso, e isso é noticia! Mas todo o resto também é violência. Mas não é notícia!

Sei que muito se fala a respeito "desta" violência que está aí. Eu penso agora nas pessoas que estão morrendo. Elas são apenas números, como nós também somos. A qualquer momento poderemos estar nesta estatística, e ser mais um na longa fila de assassinados anônimos. Então penso em Deus, nosso senhor, e rogo para que ilumine o homem a ponto de tirá-lo desta sombra do egoísmo, da preguiça e da inveja; que é a violência.

Autor: Arnold Gonçalves


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