A medicina compreende duas vertentes básicas e paralelas; a científica e a humanitária. O profissional da área médica deve estar focado no constante desenvolvimento cientifico, sem jamais perder o tino humanitário em seu proceder. Essa condensação de elementos diversos, por si só já é um desafio incentivador para o aspirante a médico.

Não vou discursar a respeito da remuneração financeira como incentivo a dedicação ao curso de medicina, embora seja realmente prazerosa e abundante em algumas especialidades, mas nem para todas, como sugere o pensamente popular em voga na atualidade. O status de “doutor” também é tido como fator preponderante para a ideia de seguir por este caminho, uma busca arriscada pela colocação de relevância social.

As reais razões a serem seguidas para se tornar médico seguem a linha daquelas vertentes básicas já descritas anteriormente: O gosto pelo estudo da ciência; O prazer da investigação, e a consequente descoberta e cura; A alegria de ver um paciente levantando-se após um período de dura recuperação; Saber que é elemento primordial na realização do sonho da evolução humana.

Há de ser realista em certos aspectos, pois o médico também não vive num mar de rosas, muito pelo contrário. Seu trabalho é potencialmente expandido pelas vinte e quatro horas do dia. E é constantemente questionado, até juridicamente, quanto as suas tomadas de decisão. Burocracia; falta de recursos, humanos e materiais, para auxilio no trabalho; Hospitais em processo alarmante de deterioração; e diversos outros elementos de desmotivação que afloram diariamente.

Com todo o exposto, há de se pensar em três amores que podem definir pelo ingresso ou não no curso de medicina: amor pela atividade à qual resolveu dedicar toda a sua vida; amor ao próximo, e por seguinte, a toda humanidade; amor ao conhecimento, que é comumente compreendido como dedicação ao estudo da ciência, o saber pelo saber.

Creio que agora esteja mais fácil optar pelo curso de medicina, e, sinceramente, torço para que opte por fazê-lo, pois, nós, os pobres leigos, precisamos demais do apoio destes anjos travestidos em sua indumentária branca. As pessoas sabem cada vez menos cuidar de si próprias, e dependem completamente de boas almas no controle da ciência médica.

Autor: Arnold Gonçalves

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