Certa ocasião, referindo-me ao Acordo Ortográfico, que tanta polémica tem levantado em Portugal, Angola e Brasil, afirmei: “mais importante que a grafia, é haver palavras diferentes para identificar o mesmo objeto “ Não me referia a termos enraizados no Brasil. Seria absurdo substitui-los por palavras genuinamente portuguesas, mas neologismos. É inadmissível que ainda se batizem objetos, doenças e utensílios, com nomes diferentes em países de língua portuguesa. Por exemplo: TGV por trem-bala, celular por telemóvel. Os neologismos, a meu ver, só deviam entrar no vocabulário corrente, após estabelecer o nome a adotar em todos os países, que usem o português. O Prof. Doutor Luís Antero Reto (Reitor do Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE) acaba de apresentar estudo sobre a língua portuguesa, referindo-se à importância do idioma, após o aparecimento de países emergentes, como: Brasil e Angola. A língua portuguesa é a sétima mais falada; e quem a dominar, entende, sem dificuldade, o castelhano. Todavia não é, e nunca será, acarinhada, porque tanto em Portugal, como no Brasil, dá-se mais valor às línguas estranhas, do que à nossa. Já não chega ensinar, às nossas crianças, o inglês, agora os jovens andam, também, a aprenderem o mandarim. Se é a China a principal interessada, visto pretender investir em Portugal, Angola e Brasil, porque não aprendem o português? Já repararam: sempre que figura pública, se desloca ao estrangeiro, exprime-se na língua onde se encontra, v.g.: políticos, artistas, jogadores de futebol, etc., etc..; mas nunca escutei um espanhol, mesmo que viva em Portugal, falar a nossa língua. Até os portugueses que emigraram, por snobismo, falam entre si, a língua dos países em que trabalham. Estive a banhos na Póvoa do Varzim e ouvi membros da mesma família, conversarem em francês, e de repente, a mãe, irada pela traquinice da criança, lança palavrão, seguido de enxurrada de palavras portugueses! Por que será que se comportam assim?!
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