Alguns dados biográficos

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, numa aldeia de nome complicado: Tchetchenillk, no ano de 1920. Os Lispector emigraram da Rússia para o Brasil no ano seguinte, e Clarice nunca mais voltou á pequena aldeia. Fixaram-se em Recife, onde a escritora passou a infância. Clarice tinha 12 anos e já era órfã de mãe quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Entre muitas leituras, ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Casou-se com um colega de faculdade em 1943.
No ano seguinte publicava sua primeira obra: Perto do coração selvagem. A moça de 19 anos assistiu à perplexidade dos leitores e da crítica: quem era aquela jovem que escrevia "tão diferente?" Seguindo o marido, diplomata de carreira, viveu fora do Brasil por quinze anos. Dedicava-se exclusivamente a escrever. Separada do marido e de volta ao Brasil, passou a morar no Rio de Janeiro. Em 1976 foi convidada para representar o Brasil no Congresso Mundial de Bruxaria, na Colômbia. Claro que aceitou: afinal, sempre fora mística, supersticiosa, curiosa a respeito do sobrenatural. Em novembro de 1977 soube que sofria de câncer generalizado. No mês seguinte, na véspera de seu aniversário, morria em plena atividade literária e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.
Resumo biográfico por ordem cronológica
· 1920 Nasce Clarice Lispector à 10 de dezembro em Tchetcheknik, aldeia da Ucrânia, filha de Marieta e Pedro Lispector
· 1921 Clarice Lispector chega ao Brasil com dois meses de idade, razão pela qual se considera muito mais brasileira do que russa, e vai residir em Maceió.
· 1924 A família se transfere para Recife, onde Clarice passa a sua infância, em um prédio da Praça Maciel Pinheiro. Estuda no Grupo Escolar João Barbalho, passando daí a para o Ginásio Pernambucano.
· 1930 Falece sua mãe.
· 1933 Pedro Lispector transfere-se com a família para o Rio de Janeiro, passando Clarice a estudar no Colégio Sílvio Leite. Nesse período lê bastante, não só a literatura romântica de Delly, como também as obras de escritores consagrados como Júlio Dinis, Eça de Queirós, José de Alencar e Dostoiewski.
· 1938 Prepara-se, no Colégio Andrews, para ingressar na Faculdade de Direito. Nessa época, freqüenta uma pequena biblioteca de aluguel na Rua Rodrigo Silva, onde escolhe os livros pelo título. Descobre, ocasionalmente, a obra de Katherine Mansfield.
· 1940 Entra para a Faculdade Nacional de Direito. Falece o seu pai.
· 1941 Redatora da Agência nacional, trabalha ao lado de Lúcio Cardoso, que se tornaria um de seus melhores amigos.
· 1942 Enquanto cursa a faculdade, começa a escrever seu primeiro romance Perto do Coração Selvagem.
· 1943 Trabalha em A Noite como redatora, indo depois para o Diário da Tarde, onde faz uma página feminina assinado por Ilka Soares. Naturaliza-se brasileira. Casa-se com o diplomata Mauri Gurgel Valente em 23 de janeiro. Acompanha o marido a Nápoles. Nessa cidade presta ajuda a um hospital de soldados brasileiros. Começa a escrever O Lustre.Publica o primeiro livro Perto do Coração Selvagem, pela editora A Noite. Neste mesmo ano o romance é laureado com o Prêmio Graça Aranha.
· 1946 Publica pela Agir O Lustre. Reside em Berna de onde viaja para a Espanha.
· 1949 França e Itália. Conhece Ungaretti e De Chirico. Em 10 de setembro nasce, em Berna, seu primeiro filho, Pedro.
· 1950 Regressa ao Rio de Janeiro.
· 1951 Passa seis meses em Torkway, na Inglaterra, onde faz as primeiras anotações para A maça no Escuro.
· 1952 Publica Alguns Contos. Escreve a crônica "Entre Mulheres" para a revista Comício, sob o pseudônimo de Teresa Quadros. Reside em Washington.
· 1953 Em 10 de fevereiro, nasce o segundo filho, Paulo.
· 1958 Colabora para a revista Senhor.
· 1959 Assina, sob o pseudônimo de Helen Palmer, a coluna "Feira de Utilidades", publicada no Correio da Manhã.
· 1962 Recebe o prêmio Carmem Dolores pelo romance A maça no Escuro.
· 1963 Pronuncia, no Texas, a conferência "Literatura Atual no Brasil".
· 1967 Fica gravemente ferida por causa de um incêndio em seu apartamento. Escreve crônica semanal, aos sábados, para o Jornal do Brasil.
· 1968 Passa a integrar a Ordem da Calunga, da Campanha Nacional da Criança.
· 1969 Recebe o prêmio Golfinho de Ouro.
· 1975 Participa do 1º Congresso Mundial de Bruxaria, em Bogotá, com o texto "Literature and Magic".
· 1977 Publica uma série de entrevistas em Fatos e Fotos, sob o título de "Diálogos Possíveis com Clarice Lispector". Falece em 9 de dezembro de câncer.

Fonte: groups.msn.com