Gratidão: Virtude da Humildade, que gera Amizade, Harmonia e Paz.

Sumário

1. Introdução; 2. Haverá Justificação para a Ingratidão? 3. Pedagogia Não Cognitiva para as Virtudes; 4. Gratidão: um Caminho para a Harmonia e para a Paz.

1. Introdução

Concetualizar a gratidão como um sentimento, uma virtude, um valor social, um traço da personalidade, uma caraterística da educação, ou uma atitude de reconhecimento, por um bem recebido, poderá ter interesse na perspectiva argumentativa, no plano teórico da construção de uma tese, no âmbito da demonstração de boas maneiras.
O essencial, porém, poderá ser abordado no plano prático, pela revelação de comportamentos coerentes e permanentes, de reverência e humildade, perante quem e/ou a quem se presta ou deve gratidão, independentemente do tempo, do espaço e das circunstâncias em que se recebeu o benefício, posterior e definitivamente, objeto de gratidão.
Tão importante quanto o conceito teórico será, porventura, a conduta prática de quem é grato ou ingrato. Atualmente, valores desta natureza ou, se se preferir, princípios que se adotam para manifestar certo tipo de posições, face ao outro, ao grupo ou à instituição, de quem se recebe uma atenção, um apoio, um bem, escasseiam cada vez mais na sociedade de consumo, do TER, do conseguir algo, do atingir fins sem se olhar aos meios.
O exercício de um qualquer poder, enquanto permite a quem o detém, auxiliar aqueles que precisam resolver diversas situações, serve, exemplarmente, para se desenvolver o tema da gratidão, e/ou, pela negativa, ingratidão. Na verdade, enquanto as pessoas beneficiam de alguém que tem poder, seja de decisão, de influência ou outro, aparentemente (por vezes, fingidamente), demonstram algum tipo de gratidão, pelo menos enquanto têm problemas que podem ser resolvidos por quem detém esse poder, ou pode influenciar numa decisão favorável.
Resolvida a situação, ou não havendo mais condições para o exercício do poder, passa-se a um afastamento gradual, à indiferença, ao esquecimento, daquele que numa determinada época tinha poder, ajudava, resolvia, influenciava.
Vive-se o oportunismo de cada momento, extrai-se o máximo de benefício, e depois segue-se o longo período de ostracismo, porém, em muitos casos, até se invertem os papéis e surge, agora, a situação mais censurável: o que foi ajudado e agora pode ajudar quem o ajudou, pura e simplesmente, ignora e não retribui os benefícios que antes recebeu de quem agora precisa de apoio, solidariedade, amizade, lealdade e compreensão, uma “mãozinha”, como diria a sabedoria popular, a voz do povo.
Constitui, praticamente, um triste paradigma, por exemplo, a ingratidão revelada por certos políticos, quando eleitos, não por mérito próprio, mas envolvidos numa qualquer bandeira, ou símbolo político-partidário, esquecem, rapidamente, aqueles que os ajudaram na eleição a obter bons resultados, para ocuparem os diversos cargos do poder, no aparelho do Estado, seja no nível central, regional ou local, nos órgãos legislativos, executivos e de soberania.
Mas muito mais grave são as atitudes daqueles que, depois de eleitos, não só ignoram os que os apoiaram, como os perseguem, no anonimato, e/ou na desculpa da lei, da transparência, do rigor e da isenção. As pessoas são importantes e valiosas enquanto servem os interesses daqueles que delas precisam, numa determinada época, num contexto muito concreto, com objetivos muito específicos e previamente determinados, porém, por vezes, inconfessáveis.
Refletir sobre esta realidade é o objeto do presente trabalho que, partindo de alguns conceitos, várias situações, facilmente identificáveis na sociedade, se demonstrará que, sendo a gratidão um valor, um sentimento, uma atitude, ela, a gratidão, deve fazer parte da educação/formação da pessoa humana, porque, qualquer que seja o conceito, é fundamental que na prática, em todas as circunstâncias, as pessoas não tenham preconceitos em manifestá-la, em público ou em privado, demonstrá-la sincera e entusiasticamente.
Adotar uma conduta de gratidão acaba por ser gratificante para quem a recebe e para quem a manifesta, trata-se de uma atitude nobre, de humildade e elevada dignidade, que só engrandece quem a pratica verdadeira e genuinamente.

2. Haverá Justificação para a Ingratidão?

As causas que, eventualmente, possam estar na origem de atitudes e comportamentos mal-agradecidos, acredita-se que sejam de natureza diversa e que, quaisquer que sejam os motivos, não justificam os procedimentos caraterísticos da ingratidão: insensibilidade para reconhecer valores, sentimentos e atitudes recebidas, como, por exemplo: amabilidades, considerações, estima, amizade, solidariedade, lealdade?
Falta de humildade, em certo tipo de personalidade? Esquecimento, puro e simples, de agradecer um bem recebido? Ausência do hábito de agradecer àqueles que praticam o bem, em benefício concreto de outros? Falta de delicadeza para agradecer um simples favor? Vergonha de manifestar comportamentos suaves e atos de gratidão?
Possivelmente outros motivos se poderiam invocar para os procedimentos e atitudes ingratos, ou pelo menos de não gratidão, todavia, o facto é que ela, a ingratidão, existe, se manifesta e, quantas vezes, magoa e ofende, justamente quem ficaria feliz em receber o reconhecimento, o simples obrigado.
O mundo atual, na sua dinâmica globalizante, provoca comportamentos individuais e coletivos que, cada vez mais, se afastam dos simples e elementares valores da gentileza, da humildade e da gratidão. Quantas vezes o favor é negociado, pela troca por outro favor, por outro benefício ou por um outro valor material concreto.
A troca de favores, de influências, de cargos e posições sócio-estatutárias, torna-se uma prática quase corrente e, na constituição dos respetivos intervenientes. Formação e educação para valores desta natureza, boas-práticas, na e a partir da família, ou de grupos de amigos e comunidades mais restritas, parece não existirem, pelo menos de forma evidente e abundante.
Gratidão, gentileza, humildade serão conhecimentos, práticas, princípios, valores, deveres ou quaisquer outras designações que, na mentalidade de quem não os pratica, possivelmente, não se enquadram num saber-fazer que proporciona lucros, dividendos materiais: em numerário, ou de natureza ainda mais substantiva. Como se chega a esta insensibilidade é uma questão que se compreende com alguma clareza, pelas razões já apontadas, entre outras, eventualmente, ainda mais graves.
A acentuar-se esta insensibilidade, face ao sentimento de gratidão, caminha-se para situações que se podem tornar causadoras de maiores desigualdades. Quem não tem poderes, vontade, gentileza e mesmo carinho, para retribuir com um favor outro favor recebido, possivelmente não receberá qualquer apoio, benefício e compreensão de quem o pode fornecer, se souber que em troca apenas recebe, quando recebe, um quase forçado e indiferente, “muito obrigado”.
Agradecer o recebimento de um benefício, uma ajuda, uma solidariedade, apenas com sentimentos de constrangida gratidão, de uma atitude de aparente e respeitoso reconhecimento, pode significar, nunca mais se ter apoio daquela pessoa que foi objeto de afetada gratidão, por palavras, por sentimentos e atitudes de admiração e gestos gratos.
A gentileza, a cordialidade, a boa educação, traduzidas por palavras e gestos simbólicos, embora significantes, mas tudo como que por autoimposição, parece que já não satisfazem muitos daqueles que esperam agradecimentos mais concretos e objetivos, suscetíveis de uma determinada veracidade.
São múltiplas, profundas e sofisticadas as causas da ingratidão, que se alastra, silenciosamente, na sociedade: múltiplas, porque envolvem vertentes que vão da depreciação de valores essenciais, abstratos e simbólicos à insuficiência da preparação, educação e formação das pessoas; profundas, porque vêm minando os princípios mais elementares que sustentam a solidariedade, a amizade, a lealdade, a moral, a ética e a compreensão.
Parece que se tenta materializar tudo, a partir de conceitos e comportamentos que, em muitos casos, são fomentados nas instituições que, num passado recente, mereciam a maior credibilidade e respeito: família, escola, empresas.
Sofisticadas, porque, sub-repticiamente, e com a hipocrisia de aparente humildade, se insinua uma prática de troca de favores, influências e até mesmo a compra de tais benefícios e apoios, isto é, diz-se um muito obrigado mas… fica a insinuação de que isso é muito pouco para agradecer o bem recebido por favor, às vezes com amizade de quem o fornece.
Ao longo da vida de cada pessoa, e quando esta já viveu algumas décadas, acontecem situações que comprovam tanto os atos de generosidade, de solidariedade, de favores, como os que se lhes seguem de reconhecimento, agradecimento ou ingratidão.
Toda a pessoa tem destas experiências, e quando se verificam mais casos de ingratidão, para com a mesma pessoa, esta terá uma tendência natural para se tornar menos sensível a praticar determinadas atitudes, que conduzem a boas-práticas, e à disponibilização para fazer o bem, ouvindo-se, frequentemente, lamentos e críticas no sentido de que, afinal, não é estimulante praticar boas ações, fazer favores, ajudar, porque ninguém reconhece nem agradece nada.
Apesar de situações e comportamentos destes, ainda existe muita solidariedade, principalmente em situações-limite, ou de extrema fragilidade, e quando intervêm órgãos de comunicação social ou instituições de solidariedade social. Nestas circunstâncias, surgem, de facto, os benfeitores que, sem esperarem qualquer ato de gratidão, ajudam generosamente quem está a passar por grandes dificuldades.
O humanismo que existe em muitas pessoas, pode ser a base de partida para a criação de grandes movimentos e instituições de solidariedade que, simultaneamente, espalham o bem e transmitem a ideia de gratidão para com aqueles que participam nestas instituições, isto é, benfeitores que se solidarizam para com uma situação, uma causa, uma iniciativa humanitária e altruísta, se se sentirem alvo de gratidão dessa instituição, os beneficiários que posteriormente vierem a ser contemplados, pela mesma instituição, sentir-se-ão na obrigação de manifestarem gratidão e reconhecimento públicos. Talvez se gere uma cadeia de solidariedades e gratidões que, dentro de algum tempo, todos possam manifestar esse sentimento tão nobre, quanto humilde.
As causas da ingratidão podem, pois, (e devem) ser combatidas a partir da interiorização de valores e princípios que suportem e justifiquem, justamente, comportamentos e atitudes gratas. Ensinar, no sentido de adquirir conhecimentos e avaliá-los, esta virtude que é a gratidão, não se afigura tarefa fácil; transmitir, por atos, palavras e exemplos concretos, boas-práticas de gratidão e sensibilizar crianças, jovens e adultos para o cultivo de permanente atitude de gratidão, afigura-se possível, na família e na escola, na igreja, na empresa, entre amigos, na pequena comunidade, quanto no contexto mais amplo da sociedade.

3. Pedagogia Não Cognitiva para as Virtudes

É óbvio que o saber-fazer é fundamental, imprescindível, à existência humana condigna, essencial à sobrevivência material de cada pessoa, de cada família, de cada instituição, de cada nação. É indiscutível que a Ciência e a Técnica contribuem para a melhoria da qualidade e nível de vida das pessoas. É inegável que sem a evolução do “saber-fazer”, o mundo não seria o que hoje é, o desenvolvimento não teria ocorrido, pelo menos com a qualidade e quantidade que atualmente se verifica.
Mas o “saber-fazer”, por si só, não justifica nenhum tipo de supremacia face a outras dimensões e atividades humanas, tais como o “Saber-ser”, o “Saber-estar” e o “Saber-conviver e relacionar-se com os outros”. Pequenos-grandes pormenores, para alguns, podem estabelecer a diferença entre uma sociedade composta por pessoas com formação integral, e uma sociedade de tecnocratas, de homens-máquina, de pessoas inumanas. É, portanto, a dimensão axiológica, dos valores ético-morais, das atitudes gentis e cordiais que dão sentido à vida de cada um, independentemente do seu estatuto sócio-profissional, académico-cultural, político e outros.
Pretende-se que esta abordagem seja pacífica, porque é inofensiva nos seus objetivos e estratégias. Deseja-se que se aceite a gratidão sob a perspectiva de uma virtude que pode (e deve) ser cultivada, aperfeiçoada e aplicada ao longo da vida, mas também que é suscetível de ser dinamizada, em quaisquer instituições e em diversas circunstâncias em geral, porém, mais particular e estruturadamente, no seio da família, no grupo de verdadeiros amigos, com a implementação de práticas adequadas e no contexto escolar, em domínios como o Desenvolvimento Pessoal e Social, Cidadania e Mundo Atual, Psicologia das Relações Humanas, Comunicação e Relacionamento Interpessoal.
Igualmente, numa invocação mais genérica, em quaisquer outras disciplinas e domínios escolares, em todos os níveis de ensino e formação profissional. Mas estas não são as únicas estratégias e pedagogia cognitiva, para estimular e criar boas-práticas de gratidão.
Antes, durante e depois da escola está a Família que não utilizando métodos pedagógicos estritamente cognitivos, recorre, sistematicamente, à transmissão de conhecimentos e boas práticas, pelo exemplo dos seus membros mais velhos, e que os mais novos apreendem por imitação.
Pensa-se que esta pedagogia não cognitiva, nem intelectualizada, pode produzir resultados objetivos espantosos, porque a criança, o adolescente e o jovem transportam, desde que tenham participado nas boas-práticas da família, todos os valores, deveres, direitos e virtudes que nela vão observando: nas pessoas dos seus pais, avós e outros familiares mais idosos.
A virtude da gratidão deve ser uma prerrogativa marcante, da família bem estruturada, na personalidade de cada um dos seus membros, aliás, como deverá acontecer em relação a todo o processo de socialização, em todas as suas vertentes e fases que conduzem à boa e plena integração do indivíduo humano na sociedade.
Gestos tão simples como o marido oferecer à esposa, um simples ramo de flores, agradecer-lhe, igualmente, uma pequena atenção, um sorriso terno, confiante e amoroso, um olhar embevecido para a sua companheira e vice-versa, constituem motivos suficientes para o outro cônjuge revelar gratidão, desde logo, retribuindo com idêntica espontaneidade, sinceridade e amor. Identicamente, com as devidas adaptações, o mesmo vale entre amigos que, verdadeiramente, se querem muito bem.
Atitudes tão bonitas e simples como dizer ao pai ou à mãe um “muito obrigado”, por algo que se recebeu, um gesto mais íntimo e profundo, traduzido num beijo carinhoso, um comportamento que orgulhe o familiar objeto de atenção especial, são atitudes que manifestam gratidão, reconhecimento, estima e amor, seja dos filhos para com os pais, e/ou destes para com aqueles.
São estas pequenas gentilezas, amabilidades sinceras, genuínas e inesquecíveis que vão criando no espírito da criança, do adolescente, do jovem e do adulto, sentimentos e virtudes que facilitam a harmonia familiar e, mais tarde, as relações sociais na vida pública.
Utiliza-se, frequentemente, a expressão “gratidão eterna”, pretendendo-se significar um agradecimento para toda a vida, porém, não basta utilizá-la uma vez e não a praticar posteriormente, porque se assim acontecer, entra-se no âmbito da “gratidão de oportunidade”.
Será mais correto, verdadeiro e gratificante, manifestar esse agradecimento ao longo da vida, sempre que as circunstâncias o aconselhem, como por exemplo, para elogiar a pessoa que é objeto da gratidão de outra, naturalmente, com total honestidade de consciência e prazer em revelar, publicamente, essa gratidão.
Não ofenderá os princípios do gesto gratificante quando o beneficiário de um favor, de uma atenção, de uma atitude de solidariedade, agradecer e manifestar, assim, a sua gratidão, justamente, na mesma medida e natureza do bem recebido, desde que não exista qualquer imposição, ou acordo prévio, porque então, nestes contextos, deixa de ser gratidão para passar a ser uma troca, um pagamento de benefícios, favores ou influências.
A nobreza de tão distinta virtude, como de outras como tais consideradas: respeitabilidade, humildade, consideração, lealdade, solidariedade, consiste na sua espontaneidade, sinceridade, sem condições prévias para as expressar, como por exemplo: uma pessoa consegue um emprego para o filho de um seu amigo; este, por sua vez, pode manifestar-lhe gratidão, nos mesmos moldes ou, simplesmente, agradecer-lhe com um presente físico, uma prenda material que entender ser do gosto do amigo, partindo do princípio que não houve, previamente, nenhuma exigência, acordo, pacto ou qualquer outra condicionante, sem a satisfação da qual, não haveria a concretização dos benefícios recebidos e desta forma pagos.
Cada pessoa é livre de agradecer, utilizando os recursos, e/ou as atitudes que considerar compatíveis e justas com o apoio recebido, sendo certo que qualquer atitude, ação, e/ou comportamento menos correto, justo e atencioso, ficam, precisamente, com quem os produz.

4. Gratidão: um Caminho para a Harmonia e para a Paz

Quem presta gratidão a outrem, é porque recebeu algum bem dessa outra pessoa, sob qualquer forma: uma palavra amiga, um gesto de solidariedade, um favor, uma influência para resolver uma situação, enfim, um benefício material ou imaterial; uma atenção que veio ajudar numa qualquer situação, sem a qual, a resolução desta, não seria tão favorável ou nem se teria alcançado.
A pessoa grata sente-se de bem consigo própria, e com aquela a quem agradece, o que causa em ambas uma sensação de bem-estar, de tranquilidade e do dever cumprido. Por outro lado, a pessoa que pratica atos e ações, que disponibiliza apoios que conduzem à resolução de problemas de um seu semelhante, igualmente se vai sentindo realizada e bem relacionada com aqueles a quem presta atenção.
Entre tais pessoas criam-se uns laços de empatia e sentimentos de amizade sincera e profunda, que se vão fortalecendo e consolidando, num relacionamento verdadeiro, desinteressado e sempre renovado, sem condições prévias nem objetivos inconfessáveis.
Partindo-se do princípio genérico de que a pessoa humana não tem capacidade para viver isoladamente, porque sempre necessita de outras pessoas, de bens que a natureza produz, sem os quais a vida seria impossível, então cada pessoa deverá sentir-se grata a outras pessoas, e à própria natureza, o que faz criar um círculo vicioso de interdependências e, correlativamente, de gratidões. Manter dinâmico e profundo um tal círculo, ou cadeia de amizades, pela via da gratidão, proporcionará, certamente, uma sociedade mais humana, mais tranquila e, naturalmente, feliz.
Hoje, primeiro quarto do século XXI, ninguém se pode arrogar o direito de afirmar, e demonstrar, que é totalmente autónomo, que não precisa de ninguém: o rico precisa do pobre; o especialista necessita do indiferenciado; o crente em algo que acredite; o homem carece da mulher; em todos os binómios, cada um só se justifica pelo outro. Vive-se num mundo de interdependências, e já se tem assistido à queda dos mais poderosos, perante aqueles que antes, e por vezes, longamente, humilharam, maltrataram e prejudicaram.
A gratidão é, por isso mesmo, um sentimento que se funda na virtude do reconhecimento, da homenagem e da amizade, porque quem é objeto de gratidão é porque: primeiro, procedeu para com outrem de forma excecional, a que, eventualmente, nem estaria obrigado a tal, então, o beneficiário da atenção recebida, sente-se como que realizado na sua capacidade de agradecer, quando manifestar gratidão, ao ponto de o fazer com um misto de amizade, orgulho e admiração; depois, entre as pessoas envolvidas, estabelece-se, de ora em diante, como que um cordão umbilical duradoiro, de consideração, estima e carinho, pelo qual circulará uma amizade e benquerença que, obviamente, conduz a uma maior harmonia, tranquilidade e realização pessoal.
A GRATIDÃO não humilha, nem minimiza quem a manifesta, pelo contrário, enobrece e dignifica a pessoa que sabe ser grata.

«Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será «o único capital que deixaremos aos vindouros» Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música. www.youtube.com

Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal