Vida: Nasceu em Baturité, no interior do Ceará. Formou-se em Direito, na célebre Faculdade do Recife. Em 1874 mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na vida burocrática onde desempenhou funções mais ou menos modestas. O gosto pela história acabou levando-o ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Morreu na pobreza aos quarenta e seis anos.
Obras principais O Cabeleira (1876); O matuto (1878); Lourenço (1881).
Em Franklin Távora, o regionalismo mais do que o assunto é polêmica, conforme se vê no prefácio de O Cabeleira:
As letras têm, como a política, um certo caráter geográfico; mais no Norte, porém, do que no Sul, abundam os elementos para a formação de uma literatura propriamente brasileira, filha da terra. A razão é óbvia: o Norte ainda não foi invadido como está sendo o Sul de dia em dia pelo estrangeiro. (...)
Temos o dever de levantar ainda com luta e esforço os nobres foros dessa região, exumar seus tipos legendários, fazer conhecidos seus nomes, suas lendas, sua poesias máscula, nova, vívida e louçã...
Os desígnios do romancista não se realizaram, no entanto. No caso de seu relato mais conhecido, O Cabeleira, a intenção de realismo esgota-se na reconstituição do ambiente e na escolha de uma história de cangaço, ocorrida objetivamente no século XVIII. Nem o assunto nem a distância histórica garantiram verossimilhança à narrativa, perturbada pela contradição permanente dos sertanistas românticos: observações realistas dentro de um arcabouço exagerado e melodramático de folhetim.
Fonte: educaterra.terra.com.br
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