Teus olhos são duas sílabas
Que me custam soletrar,
Teus lábios são dous vocábulos
Que não posso,
Que não posso interpretar.
Teus seios são alvos símbolos
Que vejo sem traduzir;
São os teus braços capítulos
Que podem,
Que podem me confundir.
Teus cabelos são gramáticas
Das línguas todas de amor,
Teu coração - tabernáculo
Muito próprio,
Próprio de ilustre cantor.
O teu caprichoso espírito,
Inimigo do dever,
É um terrível enigma
Ai! que nunca,
Que nunca posso entender.
Teus pezinhos microscópios,
Que nem rastejam no chão,
São leves traços estéticos
Que transtornam,
Que transtornam a razão!
Os preceitos de Aristóteles
Neste momento quebrei!
Tendo tratado dos píncaros,
Oh! nas bases,
Nas bases me demorei.
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