Com o nome de Joaquim Guilherme Gomes Coelho

Com o nome de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu no Porto, em a 14 de Novembro de 1839 aquele que ficou conhecido literariamente como Júlio Dinis.
Foi no Porto que ingressou no curso de medicina na Escola Médica do Porto, aliando a profissão de médico à de escritor. Cujo curso concluiu com brilhantismo Os seus primeiros textos foram publicados em periódicos como: A Grinalda e em O Jornal do Comércio. Destacou-se como romancista, sob o pseudónimo de Júlio Dinis, que se distinguiu.
Atingido pela tuberculose, doença que já vitimara, em 1844, sua mãe e, em 1855, dois irmãos, optou por sair do Porto para viver em zonas rurais, primeiramente em Ovar e depois na Ilha da Madeira, onde o clima se mostrava mais favorável. Foi assim que aprofundou o contacto com as gentes e os costumes do povo.
Júlio Dinis caracterizou-se por um estilo directo e espontâneo, sugestivo e tão voltado para a naturalidade quanto para a própria natureza, abordando costumes e relações sociais nas aldeias portuguesas. Colaborou, com o pseudónimo, no jornal A Grinalda, quando publicou seu primeiro romance, Justiça de Sua Majestade (1858). No Jornal do Porto (1862-1864), apareceram os contos reunidos depois nos Serões de província (1870). A mesma publicação divulgou em folhetins um dos livros de Dinis mais bem sucedidos junto ao público, As Pupilas do senhor reitor (1867).
Em 1856, ainda no Porto, e quando já se manifestavam os primeiros sintomas de tuberculose, escreveu as peças de teatro – Bolo Quente e O Casamento da Condessa de Vila Maior – que terão sido as sua primeiras obras.
Quando em 1863, com o agravar da doença se retirou para Ovar, continuou a escrever novelas e romances. Algumas das suas obras, nomeadamente o romance intitulado As Pupilas do Senhor Reitor, foram publicadas, em forma de folhetim, no Jornal do Porto. Em 1869 foi para a Ilha da Madeira, onde passou a residir, na tentativa de combater a doença que progressivamente se agravava, mas dois anos depois regressou definitivamente ao continente, tendo falecido nesse mesmo ano (12 de Setembro de 1871).
Considerado por muitos um escritor de transição, situado entre o fim do Romantismo e o início do Realismo, evidenciou-se como romancista. O último dos seus romances, Os Fidalgos da Casa Mourisca, cujas provas revia quando faleceu, só viria a ser publicado em 1872. Além das obras já citadas, são também de sua autoria outras como os romances intitulados Uma Família Inglesa e A Morgadinha dos Canaviais.
Obras: As Pupilas do Senhor Reitor (1867), Uma Família Inglesa (1868), Serões da Província (1870), Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), Poesias (1873) e Teatro Inédito (3 volumes – 1946-1947).
Fonte: eb23valega.net