Obras imperdíveis

A escrita de livros como única devoção só surgiu na década de 1980. Depois de uma viagem de peregrinação pelo famoso Caminho de Santiago – entre o Sul de França e Santiago de Compostela, na Galiza –, Paulo Coelho escreveu O Diário de um Mago (1987).
Depois, focou-se num Santiago diferente. Focou-se num pastor andaluz, sonhador e aventureiro, que decide vender o seu rebanho e partir para o deserto egípcio à procura de um tesouro que – ouviu dizer – estaria enterrado debaixo das pirâmides. Não interessa, na verdade, se Santiago foi, ou não, bem-sucedido. Interessa sim o caminho que percorreu e as pessoas com quem se cruzou e de quem tanto aprendeu – entre elas uma cigana, um homem que se autointitula “rei” e, claro está, um alquimista.
Esta história de autodescoberta é a que Paulo Coelho apresentou ao mundo em 1988 como O Alquimista. Com mais de 150 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, e tradução para 80 idiomas, este permanece o terceiro livro mais vendido de todos os tempos, sendo apenas ultrapassado por D. Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e Um Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens. É também um livro que ainda não parou de dar cartas, até porque serve de inspiração a um filme de Hollywood com lançamento previsto para 2018.
Seguiram-se, depois, títulos como Veronika Decide Morrer, outra das suas obras mais reconhecidas. “No dia 11 de novembro de 1997, Veronika decidiu que havia – afinal! – chegado o momento de se matar”, leem-se como primeiras palavras. A momentos de executar essa sua vontade, a jovem eslovena é salva e levada para um hospital psiquiátrico, onde conhece várias personagens complexas com passados igualmente arrebatadores. Uma história que beberá certamente da experiência do autor numa instituição da mesma natureza.
Paulo Coelho, que é o escritor de língua portuguesa mais vendido de todos os tempos, lançou ainda, bem recentemente, A Espia, o seu primeiro romance histórico, que retrata os últimos dias de vida da mundialmente conhecida Mata Hari, bailarina que, durante a Primeira Guerra Mundial, usou o seu sex appeal para se infiltrar na alta sociedade europeia e executar serviços de espionagem.
Fonte: www.revistaestante.fnac.pt