Dez entre dez gramáticos vão dizer que a expressão "vítima fatal" não deve ser usada. O argumento é que "fatal" indica aquilo que causa a morte. Seguindo esse raciocínio, não poderia haver vítima fatal porque não seria a vítima a causadora da morte.
A expressão já está suficientemente popularizada com a ideia de que determinada pessoa morreu (por algum motivo). Mas, se a opção for seguir a norma culta da língua, o mais recomendado é evitá-la.
Acredito ser essa uma das armas de destruição em massa que uns poderosos estão usando para nos dizimar. Eles apelam para uma lavagem cerebral a fim de espremer, dentro da palavra, um sentido que para mim não tem sentido. Mas pode ver: todo dia alguém comete uma vítima fatal.
O Houaiss diz que fatal é quem mata, não quem morre! Já o Aulete cedeu às pressões e admite o fatal ativo e o fatal passivo.
Meu argumento é um só: você usa vítima mortal? Ainda que se recorra à expressão restos mortais, o termo indica algo tenebroso, que tira a vida.
Para mim, a única chance de ter uma vítima fatal é quando um cara está limpando a janela, perde o equílibrio e cai do décimo andar bem em cima de uma senhorinha de andador, matando-a na hora.
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