Pergunta: Sobre textos literários e não literários, o que quer dizer plano de expressão?

Louis Hjelmslev: Lingüista dinamarquês que viveu entra 1899 e 1965.
Para ele, um texto é formado pela junção de um plano de conteúdo e um plano de expressão. Há na linguagem uma solidariedade entre conteúdo e expressão, de tal modo que uma separação artificial entre essas funções seriam impossível: “uma expressão não é expressão senão porque ela é expressão de um conteúdo, e um conteúdo não é conteúdo senão porque é conteúdo de uma expressão”. Em semiótica, a proposição é adotada como “Plano de conteúdo e Plano de expressão”. O plano de conteúdo é o significado do texto e o plano de expressão é a manifestação do conteúdo. Podemos notar que, grosso modo, o plano de conteúdo trata do aquilo que o texto diz enquanto que o plano de expressão se refere ao como e/ou através de que código (verbal, icônico, gestual) é expresso o conteúdo do texto.
Louis Hjelmslev esclareceu melhor a ideologia científica: “Os elementos da estrutura linguística trazem à mente as entidades usadas na álgebra. Enquanto seguirmos as condições expressas, podemos representar as entidades algébricas como quisermos [porque a substância dos significantes pouco importa para a significação] […] ” (Hjelmslev 1963/1970: 41). Ou seja, tanto para Saussure como para Hjelmslev, a função da escrita era puramente notacional, visava somente o registro das falas mentais do autor, e a única expressividade admitida era a linguística.
Nos Prolegômeros de 1943 Hjelmslev escreve sobre os Signos e sobre a Função Sígnica como relação entre conteúdo e expressão, assim: seja a significação uma relação R = E/C onde E é EXPRESSÃO é VEICULADORA e C CONTEÚDO é O VEICULADO. A relação existe quando um código associa um sistema veiculador à um sistema a veiculado.
Há para cada plano uma forma e uma substância, além de uma matéria não formada também para a expressão e para o conteúdo.\ Há plano de expressão e plano de conteúdo. Ex: O Código de Trânsito que associa um sistema de expressão gráfica a um sistema de normas de tráfego.
Assim: se R = E onde E (Matéria) / forma / substância)
Como substância é matéria formada então forma é apenas estrutura sem matéria, e matéria é substancia não formatada.
Ex: o Código de trânsito é uma associação entre linguagens visuais e linguagem escrita onde a função sígnica tem a visibilidade como expressão de um conteúdo escrito, então:
Função sígnica R = E/C onde E = linguagem visual
A linguagem visual utiliza de matérias coloridas, cujo conteúdo são as tintas contrastantes com o meio ambiente, e são consubstancializadas em formatos decodificados sobre suportes estruturados verticalmente em superfícies metálicas de modo a permitir inequívoca visão desses objetos por entre o tráfego que enfim deve sujeitar-se a eles.
Então: se a Expressão = lig. Visual; a Matéria da Expressão = contraste objeto ambiente; a Forma da Expressão = superfícies coloridas e a Substância da Expressão = símbolos pintados c/ tinta sobre chapas metálicas
Quanto ao Conteúdo: a linguagem escrita é Matéria dela mesma provinda da gramática e da matemática vetorial. O conteúdo do código de trânsito, já é um discurso específico, substancializado na disciplina jurídica de um lugar e de uma época, estruturada de forma lógica conforme condições do tráfego em termos de uma qualidade esperada.
Então: Conteúdo = lig. Escrita; Matéria do Conteúdo = simbolismo alfabético; Forma do Conteúdo = lógica de correlações e Substância do Conteúdo = disciplina jurídica
Assim é possível relacionar em português(mas não em inglês) a letra E como Estacione e P como Pare, enquanto os vetores que são entidades matemáticas podem relacionar todas as línguas às direções proibidas ou consentidas. As linguagens lógico-matemáticas promovem uma socialização da compreensão uniformizando a enunciação delas.
Fontes: pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Hjelmslev e br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20140312193013AA78L9L

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