A criminalidade sempre existiu, e em grande número. Desde que me entendo por gente, no início da década de 1970, em São Paulo, capital; o perigo sempre foi real e iminente. Dizem que antes era melhor, não sei... Até na bíblia lemos diversos trechos que abordam o crime e a violência humana. A verdade é que cada ser humano quer ser o melhor e viver como o melhor, e para isto, não vai importar se tiver que criminalizar a sua vida. O importante aqui na terra é vencer, não importa como, este é o sentimento dos maiores vencedores deste mundo material. Muitos pensadores acreditam que as religiões têm como finalidade manter a massa popular passiva diante das abordagens predadoras dos que detém o poder. Neste embalo seguem os pequenos predadores, que são os ditos criminosos, atacam a massa popular e pacifica, que, doutrinada pela fé na vida futura de prazeres, não esboça reação.
Os grandes criminosos, na verdade, são os poderosos; mas o foco é sempre para o ladrão da favela. É este que tem que ser sempre punido. Porque o sistema não foi feito para eles participarem do banquete dos criminosos, eles vão no embalo por não terem sido devidamente pacificados. De presas, transformam-se em pequenos predadores. Eles abatem um peixe aqui e outro ali e isto torna a violência bem pessoal; diferente dos poderosos, que abatem um cardume inteiro por vez, tornando a identificação pessoal do agressor bem mais difícil. Por isso o ódio por um ladrão que comete latrocínio contra uma pessoa, mas o amor por um político corrupto que causou a morte de milhares de pessoas por ter desviado a verba da saúde.
Talvez estejamos entrando em uma fase da história humana em que a massa pacificada começa e refletir e questionar sua situação de vítima assumida. O alvo inicial deste questionamento é o criminoso mais íntimo, que é aquele do revólver na cara, da bolsa arrancada, da mão leve no bolso... Mas, se for verdade que a massa está acordando, logo voltará seus olhos para os grandes criminosos, estes, sim, os reais causadores de grande parte de todo este mal violento que assola a humanidade. A melhora da situação de violência em que sempre vivemos acontecerá quando for mais comum prender, e punir, os cabeças. Quando é cortada a cabeça, o corpo morre. Mesmo que ainda tentem criar novas cabeças, desistirão ao ver que será sempre cortada.
O futuro que nos espera está nas mãos da massa pacificada. É claro que os poderosos tentarão de todas as formas manterem os olhos desta massa, fechados para sempre. Com isso, os atuais ditos criminosos, continuarão abordando e roubando pelas esquinas, confundindo a massa sobre quem é criminoso e quem não é. Não creio que os olhos serão abertos em breve, afinal, são milhares de anos de cegueira da humanidade em sociedade. Por qual motivo haveriam de abrir os olhos agora? O que resta é orar por Deus, pela volta de Jesus, por uma vida futura de prazeres.
Autor: Arnold Gonçalves
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