O jovem adolescente desde o início dos tempos trabalhou e foi quase sempre explorado pelo empregador. De uns tempos para cá o governo brasileiro decidiu que esta farra tinha que acabar e criou uma lei especifica para o menor trabalhador. Isto foi em 2000, mas só começou a ser praticada de fato em 2005. Não faz tanto tempo assim e muito menor continua trabalhando como antigamente até hoje. As coisas pelas terras brasileiras costumam demorar muito para realmente emplacarem, principalmente se for coisa boa.
Esta lei ficou conhecida como programa jovem aprendiz e teve como foco combater muitos problemas enfrentados pelos jovens de 14 à 24 anos. Em primeiro lugar combater o trabalho escravo, ou algo muito próximo disso, que era de praxe praticar por aqui. Acabar com o lema: Filho de trabalhador, escravo também é. Fora isso, havia a necessidade de preparar esses jovens para ter condições mínimas de enfrentar a concorrência dos mais experientes em busca de um emprego. E a primeira exigência geralmente era “precisa de experiência”, sem chance, os jovens estavam ficando cada vez mais a deriva profissional.
A forma encontrada foi a de obrigar as empresas a fazerem estas contratações, e obriga-las a exigir que os jovens continuassem os estudos, e até os aprimorassem com cursos e atividades extras. O perfil preferido foi o dos jovens de classe baixa estudantes no ensino público, cuja família recebesse alguma ajuda do governo. O número de horas a serem trabalhadas também foram reduzidas, e a exigência quanto ao trabalho prestado minimizada. Afinal, o trabalhador foi substituído pelo aprendiz.
Se está funcionando nas grandes empresas, não se pode dizer o mesmo nas pequenas. Se está funcionando nas grandes cidades, não se pode dizer o mesmo nas cidades muito distantes dos maiores centros. Se está funcionando no meio urbano, não se pode dizer o mesmo no meio rural. Se está funcionando? O que importa é que algo foi e vem sendo feito para melhorar as condições de vida desses pobres jovens pobres. Posso dizer isso porque comecei a trabalhar com onze anos, e era o dia inteiro, e era cobrado como gente grande, e fui exposto a todo tipo de situação, e todo tipo de gente, e sobrevivi ileso, mas não foi assim para muitos dos meus contemporâneos.
Autor: Arnold Gonçalves
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