A princípio o homem nasce livre por conta da liberdade de seu espirito, mas ao primeiro contato com o mundo terreno parece deparar-se com as limitações afligidas ao seu próprio corpo material. Não bastasse estas limitações físicas, logo veem as limitações interpessoais, aquelas aplicadas pelos seus pais no ensino da preservação, e mais adiante, as morais, onde o próprio sujeito se auto impõe regras e condições ao agir. Estas limitações morais são amplamente instauradas através dos preconceitos dos pais e posteriormente dos professores.
Não pode haver liberdade quando há, dentro de nós, um inquisidor que nos fustiga dia e noite contrário aos nossos desejos. E no mundo exterior há um complexo relacionamento de direito que torna tudo propriedade de alguém, principalmente aquilo que ansiamos obter para saciar nossa ambição. Queremos e não Devemos; Queremos e não Podemos; cria-se aqui o dilema social, já que vemos muitos Podendo, e ainda, ostentando. O que fazer então? Selva de pedra.. mundo cão... capitalismo selvagem... São só termos pejorativos para o nosso relacionamento social natural.
E a vontade divina com isso? Embora Deus tudo saiba, delegou o livre arbítrio ao homem mesmo sabendo o que ele iria fazer. Tal qual uma repartição de onde foram retirados todos os elementos de chefia, deixando todas as decisões nas mãos dos subordinados, sem nenhuma hierarquia definida, mas com uma recomendação, o trabalho não pode parar, e mais, tem que evoluir. Deixou apenas uma tábua de salvação, uma planilha onde, na dúvida, se consulta para saber o que é bem e o que é mal. Sendo que o trabalho evolutivo só se dará seguindo o bem.
Em meio a todo este determinismo que nos molda à liberdade, vemos a saída na própria palavra de Deus através das ideias de Cristo, quando nos mostra que a verdadeira liberdade é a interior, mesmo que estejamos sendo açoitados amarrados a um tronco. Não há verdadeiramente liberdade no mundo exterior, mesmo para aqueles que detém o poder material. É notório que quanto mais se obtém, mais medo de perder também de acumula. A liberdade mora em nosso interior, e provém do início, lá do espirito, quando de nosso nascimento.
Autor: Arnold Gonçalves
|