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Certa canção composta por Rita Lee, Roberto Carvalho e Arnaldo Jabor; “Amor e Sexo”. Expressa magnificamente a dualidade sexual presente no interior do ser humano, além da confusão que faz em relação às diferenças de significado entre sexo e amor: Ah, o amor... Hum, o sexo... E é diante desta absoluta incompreensão de seus próprios sentimentos e desejos perante as expectativas sociais, que as pessoas se martirizaram durante toda a existência. Por ser fundamentalmente relacionada à geração de novas vidas, a sexualidade está intimamente ligada ao contexto místico da existência humana. O sagrado interfere de forma pulsante no que se refere aos desejos e intensões sexuais, trazendo controvérsias intimas que levam pessoas até mesmo a loucura por não poderem dominar a sua essência interior, muitas vezes pervertida aos olhos da moral em vigor. Embora o poder religioso estabeleça toda sorte de regras ao entendimento do sagrado e da moral socialmente aceita, a força da natureza contrapõe-se a tudo isso pelo animalesco que provém do íntimo das pessoas. O desejo sexual natural dos seres animados parece ainda mais intenso e variado no sentido humano, talvez pela repressão sofrida desde a mais tenra infância, ou pela capacidade de raciocínio e questionamentos sobre todas as coisas. Há, de fato, um assombro quanto à falta de domínio sobre a força da pulsão sexual humana, causando toda sorte de ações incoerentes e indevidas socialmente, e dentre elas, muitas criminosas, que atentam contra a própria existência da vida. É o caso de matar por amor, muito comum até nos dias atuais. E o que dizer dos estupros em tempos de liberdade sexual. É uma verdadeira guerra psicológica evolutiva humana. O animalesco persiste em atormentar o ser humano com desejos racionalmente reprováveis, mas emocionalmente desejáveis. Entre a impessoalidade dos bacanais, e a perspectiva personalizada do sexo à dois, encontram-se grandes lutas interiores. Entre o desejo da variedade e o prazer da intimidade; Entre a promiscuidade e a longevidade; Entre estar e ficar; assim o ser humano vai vivendo e sofrendo com os dilemas do querer, poder, dever... Autor: Arnold Gonçalves |
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