Não é de hoje que existe o conceito de segurança privada, já que desde os tempos mais remotos da civilização temos registros de verdadeiros batalhões a serviço dos mais poderosos e de seus agregados. Sempre se fez necessário esta forma de policiamento para evitar ataques e assaltos aos bens de valor. Este sistema persiste até os dias de hoje na forma da vigilância em bancos, empresas, condomínios, centros comerciais e até mesmo em casas pertencentes aos mais abastados. Nas regiões mais pobres surgem os agrupamentos de milicianos ou do crime organizado, que impõem a segurança segundo suas próprias regras, transformando-se em “donos” do lugar.
Paralelamente a isto, segue a segurança pública, incomodada com esta perda de monopólio sobre o sistema. Trava uma guerra constante contra os agrupamentos nocivos à sociedade, e a convivência com os profissionais de formas particulares de segurança nem sempre é amigável. Fora isso, é comum vermos relatos de situações de tensão entre as mais diversas policias públicas. No Brasil temos guardas municipais, estaduais, federais; rodoviárias, ambientais, portuárias, etc. Cada uma com seu objetivo próprio, assim como ponto de vista sobre um mesmo acontecimento.
A questão da segurança não parece passar pelo termo “ou', já que cada uma das forças de segurança tem o seu destino apropriado. Num mundo tão pluralista em que nos encontramos, há de se prever que as duas formas continuarão a crescer em demanda cada vez mais, já que tudo no mundo parece ser motivo de disputa e discussão. O fato é que a segurança pública sempre será mais poderosa, pelo fato de ser a base armada de sustentação do grupo que detém o poder no país. Se ela for muito enfraquecida, poderá favorecer conflitos pelo poder, verdadeiras guerras internas, as chamadas guerras civis.
Autor: Arnold Gonçalves
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