Tanto a Sociologia, quanto a Educação; como as conhecemos, surgem com o advento da revolução industrial. As novas formas de relacionamentos entre as pessoas exigem um preparo, e a educação passa a ter esta função de adequar o cidadão à inserção neste formato social. A sociologia, por seu lado, passa a ganhar importância, pois tem como razão o estudo destes relacionamentos sociais. Sendo assim, podemos dizer que a educação realiza a sociedade e a sociologia analisa o resultado educacional.
Os professores são formados com a concentração de ação baseada em uma visão micro, ou seja, focado em um determinado ângulo de visão, com o objetivo de direcionar especificamente o aprendiz a um determinado fim. Este fim é sempre idealizado por quem detém o poder perante a sociedade como um todo. O professor, geralmente, ensina sem questionar, e até por isso tem dificuldade em ser questionado pelos alunos. É um meio de perpetuação da formatação social que nos vem sendo imposta já a um bom tempo, e em alguns lugares, chega a ser uma semi escravidão consensual.
Os sociólogos, ao contrário, recebem uma visão macro em sua formação. Mas sua área de atuação é extremamente limitada, já que tem como incumbência analisar e não realizar a formação da sociedade. Diferente do professor, o sociólogo raramente põe a mão na massa e por conta disso dificilmente conseguirá mudar o estado das coisas, mesmo que tenha em mente a solução. Os detentores do poder raramente se preocupam com o que fazem os sociólogos, e se por acaso algum incomodar, é taxado de anarquista ou rebelde, e rapidamente extirpado da comunhão social vigente.
A capacidade de contribuição da sociologia para a melhoria educacional é latente, já que pode associar sua visão ampliada da sociedade em benefício de uma formação mais justa socialmente. A comunhão entre a experiência de campo do profissional da educação e a percepção de realidade do profissional de sociologia pode estabelecer um plano de ensino mais abrangente no que se refere a abertura de campo visual do aprendiz em relação a si mesmo, aos outros e ao mundo.
Autor: Arnold Gonçalves
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