A importância da leitura é vital para o desenvolvimento intelectual, e ao contrário do que a massa social entende, a intelectualização não é afetação ou extravagância dos mais abastados. Todo cidadão deve ser cada vez mais intelectualizado, e a leitura é o principal meio para tanto. Um povo habituado a ler tende a ser mais apto a decidir sobre o seu próprio futuro enquanto sociedade e individualidade.

Note que a maioria de nós, brasileiros, cultuamos leituras brevíssimas e superficiais, quando não, absolutamente falsas. Não é de hoje que adoramos ler apenas as manchetes e delinear o conteúdo de acordo com o nosso próprio entendimento de mundo, que quase sempre é imposto discretamente pelo poder dominante através das mais diversas mídias.

É verdade que a leitura não é tudo na vida, já que é preciso vivência para assimilar de forma mais contundente tudo o que um bom texto pode nos oferecer. O inexperiente tende a enxergar um texto como um emaranhado de letras e palavras inúteis. Já o experiente identifica rapidamente num mesmo texto, situações que podem servir de exemplo e acessório aos seus conhecimentos pré estabelecidos anteriormente a leitura.

Vivemos, por exemplo, um complexo período de conflito político em nosso país, onde as informações são volumosas e contraditórias, o que ao leitor inexperiente representa um verdadeiro caos, e muitas vezes é o que realmente se espera acontecer através destes pulsos contraditórios. Este iniciante tende a abandonar a leitura muito precocemente e isto é muito bom para àqueles que pretendem seguir manipulando a massa persistente na ignorância.

Ler deve ser um hábito, como assistir televisão, ou malhar na academia. A ser diariamente realizado, como num momento após a refeição, ou ao deitar, antes de dormir. Sempre lendo sobre assuntos que agradem, e não os impostos por escola ou trabalho. Devemos ler sobre o que nos interessa saber, mesmo que não esteja na moda, ou não seja apreciado pela maioria dos críticos. Com o passar do tempo, a facilidade em assimilar qualquer leitura crescerá, assim como a associação com a realidade, e até mesmo a sua própria vivência real ganhará contornos mais vivos e significativos.

Autor: Arnold Gonçalves

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