O desmatamento é um fenômeno que ocorre desde que os portugueses decidiram estabelecer núcleos de habitação constante e definitivos em terras brasileiras. De lá para cá são centenas de anos de devastação ininterrupta, e somente à poucas décadas é que começaram a surgir grupos organizados com o objetivo de conter o avanço do desflorestamento, já que alguns eco sistemas estavam quase extintos. Contudo, uma prática secular não pode ser barrada facilmente, e a maior parte da população não está nada preocupada com a possibilidade de todas as árvores caírem.
Temos atualmente duas vertentes de grupos predominantes com pensamentos antagônicos quanto ao assunto. Degradiam-se constantemente diante de uma massa populacional sem condição de tomar partido devido a sua total ignorância. Quase sempre a vertente vencedora é aquela ligada ao agro negócio, atividades extrativistas de minérios e madeireiras. O perdedor, aqueles ligados à preservação ambiental, cientistas, indígenas e turismo. A massa segue invariavelmente os vencedores, afinal, são eles que detém o grande poder financeiro, e a massa precisa de dinheiro para sobreviver, aceitando qualquer ideologia desde que venha acompanhada de uns trocados.
Como em tudo na vida, o meio termo seria o ideal. Há lugar para plantar de tudo, e também há lugar para preservar de tudo. O problema é que quem chegou primeiro está na vantagem, pois tem a terra, o gado, a água, o hotel, o ponto, a venda, a barraquinha de pastel. Quem está chegando não tem nada, e precisa construir o seu lugar, e o lugar vai ser aquele que irá desmatar. O governo precisa intervir e oferecer condições para que os que surgem tenham onde trabalhar e conseguir o recurso necessário para o seu sustento sem destruir, pois se continuar neste ritmo que presenciamos, logo não haverá mais onde ir desmatar.
Autor: Arnold Gonçalves
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