Há pessoas, inconscientemente, que conseguem impor bloqueios ao cérebro de forma a tornar impossível acessar certas lembranças indesejáveis. Este tipo de broqueio ocorre geralmente após o acontecimento de um acidente grave ou de uma situação de stress extremo, como um estupro ou sequestro. Mesmo que em menor grau, todos nós temos algumas lembranças desaparecidas em nosso imenso computador interior. Pequenos traumas que, sem querer querendo, fazemos questão de esquecer, e com o passar do tempo, alguns fatos simplesmente deixam de existir em nossa história.
Fora esta questão de traumas, as lembranças sempre estarão presentes em nosso cotidiano. Em menor ou maior grau de vivacidade, estarão servindo de referência para o proceder de cada momento vivido. Desta forma, as más lembranças acabam por serem benéficas se tomarmos medidas que nos leve a evitar novos percalços. O bom aprendiz é aquele que não repete erros e se a sua memória for apagada, ele certamente cometerá os mesmos erros indefinidamente, que o levará a um eterno sofrimento, não só pelas lembranças, como também pela infeliz realidade.
A melhor forma de apagar as más lembranças da memória é sobrepô-las com grandes sequências de bons momentos a serem lembrados. O uso das más lembranças para não recorrer no erro resulta em geração de novas boas lembranças, e com o passar do tempo elas povoarão a mente de maneira que os maus pensamentos terão cada vez maior brevidade e fragmentação. Mas elas nunca sumirão por completo, pois é parte da constituição do pensamento e personalidade do ser, base do proceder rumo a evolução. Então, use-as a seu favor. E seja feliz.
Autor: Arnold Gonçalves
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