A preocupação com os fatores sociais como causa da melhora ou piora na qualidade da saúde das pessoas ganhou destaque na primeira década deste século, e vem se estabelecendo como assunto de vital importância na área da saúde. O corpo físico do cidadão deixa de ser o único elemento para a composição de uma existência saudável, a saúde vai além da ausência da doença, e pensa em um ambiente social salutar e acolhedor ao ser humano.
Dentro deste quadro estão as questões econômicas, culturais, étnicas, raciais, religiosas, psicológicas, comportamentais, entre outras que possam influenciar na manifestação de doenças na população. É fato que uma pessoa em situação de vulnerabilidade está mais propensa a contrair algum tipo de enfermidade, partindo inicialmente da pressão psicológica que sofre e a seguir, seus reflexos no plano físico. A família volta a ganhar importância como núcleo base para o equilíbrio social, e por consequência, também na saúde de seus indivíduos.
Mesmo em meio a pobreza, uma família unida e resistente as intempéries do desemprego, violência e abandono; suporta a pressão de forma mais vitoriosa, inclusive quanto ao combate às doenças que surgem em seus integrantes. A forte pressão social sobre os ombros de cada ser vivente impera na atualidade, elevando em muito os índices de ocorrências de enfermidade psicossomáticas, e sem o apoio afetivo de seu semelhante, o ser humano sucumbe facilmente a qualquer doença mais grave.
Mas não fica só na questão da pobreza, outros fatores sociais são tidos como problemáticos e, por exemplo, é até mais comum a ocorrência do suicídio no meio de classes mais abastadas financeiramente. O viver saudável é muito mais que encanar o esgoto, ou fornecer remédios genéricos, ou trazer mais médicos, ou o que mais que seja. A sociedade está doente e deve ser tratada e curada o mais rápido possível, antes que contamine todas as suas células humanas de forma irreversível. É fato, nunca ouvi tanta gente dizer que o mundo podia acabar logo.
Autor: Arnold Gonçalves
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