TEMA

Realidade Cristã

O que um leigo pode dizer sobre a realidade de um cristão? Muito pouco além de suas impressões pessoais e superficiais. Experiências vividas no passado remoto, recente. O agora, o dia a dia presenciado na missa, no culto. Muitas coisas incomodam, mas isso não é de hoje. A hipocrisia reina agora, como sempre foi. As formas mudam, mas a essência segue Se na igreja católica os rituais parecem envelhecer, nas evangélicas parecem sempre correr atrás da freguesia.

Nunca li na bíblia sobre Cristo pregando a favor das armas, do assassinato. Também não lembro de nada a favor do dinheiro, da riqueza material. Não era artista, não era palhaço. Suas palavras eram breves e sempre com absoluta seriedade. Vão dizer que eram outros tempos, outra realidade. Que se fosse hoje Ele seria Pop Star. Pouco provável, Ele nunca foi tão popular, a grande massa ajudou em muito na cruz o pregar.

Hoje vivemos em meio a padres carismáticos ou pastores engraçados, e vice versa. Tudo é feito para chamar a atenção, atrair mais adeptos, aumentar a concessão. Cada templo funciona como uma filial, e tem metas a atingir. Se não quiser perder a franquia, o líder espiritual tem que conseguir. Os evangélicos estão em alta, a teoria da prosperidade é atraente, todos nós vamos ficar ricos, é só confiar em Deus e ao culto sempre comparecer, trazendo consigo o necessário dizimo.

Na verdade, até mesmo a igreja vive em função do deus dinheiro. Ele se expandiu silenciosamente e tomou conta de tudo. É praticamente impossível viver como um Franciscano. Imagina então da forma como Jesus pedia: “Ninguém pode servir a dois senhores...”. Na sociedade moderna não há lugar para nada que carregue o bolso furado e vazio. E o verdadeiro cristão sofre com este dilema de comer o pão de cada dia e saber que o irmão morre pelo chão em busca de migalhas do mesmo.

Existe em cada um de nós, verdadeiros cristãos, uma realidade única, mas que ainda tem uma postura dividida entre a exteriorizada e interiorizada. Cada cristão vive sua fé de forma pessoal e se sente confuso com isso. Tenta se enquadrar extravasando um comportamento homogêneo, quando em seu íntimo entende tudo de maneira diferente. Sente medo, sente culpa, acredita estar pecando por isso. Não sabe que a presença divina é esta em seu íntimo e não a que está lá fora.

Autor: Arnold Gonçalves


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