A gestão é tida como a arte da administração de normas, processos e pessoas, com o objetivo de evoluir uma determinada organização, tanto no âmbito dos resultados financeiros, quanto no de procedimentos. No caso da gestão hospitalar há uma elemento muito mais complexo e de cunho emocional. Lidar com a qualidade de vida das pessoas, particularmente dos pacientes, até mesmo, com a manutenção ou não desta vida, dependendo dos rumos tomados pelos gestores.

Os hospitais surgiram pela necessidade de condensar recursos materiais e humanos objetivando um melhor aproveitamento na lida de pacientes com necessidades semelhantes, mas oriundos de locais diversos. Sua origem data de vários séculos antes do surgimento da revolução industrial e de seu desenvolvimento em gestão empresarial. Muito antes das empresas surgirem, já existia a figura do gestor hospitalar, quase sempre nas mãos da igreja ou do poder público.

Após o advento da revolução industrial e o predomínio cada vez maior da sociedade capitalista de consumo, os hospitais passaram a encontrar gradativamente maiores dificuldades para a sobrevivência sem adesão ao modelo predominante. O poder público, e, principalmente a igreja, perderam espaço na sociedade, e grandes corporações assumiram o controle. Os insumos foram gradativamente encarecendo, sobretudo os relacionados às novas tecnologias.

Os gestores envolvidos nas organizações da área hospitalar devem manter seu principal olhar para o bem estar das pessoas, mas não pode negligenciar a necessidade da exploração econômica e da obtenção de recursos. Conciliar o objetivo humanitário ao comercial é o maior desafio para um gestor no ambiente da saúde. Por exemplo, reduzir gastos com medicamentos e exames tendem a causar grande conflito com médicos e pacientes.

O fato é que poucos novos hospitais surgem, alguns velhos hospitais são descontinuados, e a grande maioria dos hospitais estão a beira do colapso. Isso por si só já retrata a situação desafiadora que o gestor certamente encontrará ao adentrar pelo mundo da saúde. Reinvenção, este é o termo mais presente para representar o futuro da maioria dos hospitais.

Autor: Arnold Gonçalves

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