Honestidade é um termo de difícil definição. A princípio parece fácil, mas são inúmeros os adjetivos referentes a um cidadão honesto, e nem todos eles se encaixam necessariamente em uma mesma pessoa. Confiável, leal, justo, sincero, honrado, descente, puro, casto, irrepreensível, correto, digno, direito... E por aí vai, com muitos atributos para uma pessoa ser considerada honesta. Sempre, em alguma situação da vida, haverá a necessidade de romper as barreiras da dita honestidade. A sua própria definição é oscilante, já que acompanha os preceitos morais definidos pela sociedade, e os valores sociais mudam conforme o grupo dominante.
Contudo, não há dúvidas de que seja muito importante para o bom convívio social. O valor de ser honesto baseia-se na credibilidade perante o ser alheio. Todos que convivem ao redor do honesto sabem que podem confiar em seu comportamento. O ser honesto é previsível e isto é de vital importância para a sociedade. Para o bem e para o mal, o cidadão honesto é o alicerce da vida em comunidade. Sem ele não haveria estabilidade, e o caos resultante de ações completamente egoístas trariam a inviabilidade da vida em grupo. Desta forma, a existência para um cidadão honesto acaba sendo mais tranquila e fluente. Sem sofrer retaliações sociais, pode transitar livremente pela comunidade.
Ocorre que, pelo fato das pessoas não conseguirem serem honestas o tempo inteiro, e temerem o afastamento do banquete social ao afrontarem as premissas básicas morais esperadas, agem de forma dissimulada, disfarçando seus reais interesses. Temos aqui a hipocrisia. Pseudo-honestos que transitam em grande número por todo o nosso entorno. São eles os grandes defensores da moral e dos bons costumes, pois assim criam uma imensa cortina de fumaça para encobrir os seus próprios defeitos. Raramente encontramos o ser que afronta deliberadamente a sociedade questionando os seus preceitos e definições quanto ao ser honesto. Estes, fatalmente, serão lançados às fogueiras da inquisição, sejam elas em qual formato atualizado for.
Autor: Arnold Gonçalves
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