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Recursos humanos, convencionalmente, refere-se a um grupo de atividades efetivadas em ambiente de trabalho, que são relacionadas a persona humana enquanto ser social. Entre elas estão elencadas: recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, comunicação, higiene e segurança do trabalho, benefícios, comunicação, etc. Tudo que é abordado neste cenário é voltado para o indivíduo enquanto participante de um agrupamento com fins lucrativos ou não. De maneira que sua vida, enquanto ser individual, teoricamente, fique alheia à abrangência do R.H.. O R.H. ganha forma e força no século XIX, em aliança ao crescimento da industrialização no mundo ocidental, quando a mão de obra repetitiva e especializada se fez absolutamente necessária. A troca do trabalho escravo pelo remunerado obrigou os senhores do capital a terem maior controle sobre os custos desta nova forma de exploração do ser humano, e o R.H. recebeu como finalidade tornar mais rentável o trabalho remunerado do que manter o escravizado. A evolução do R.H. foi muito amplificada no século XX, a ponto de que à expressão “recursos humanos”, foi incorporado o complemento “gestão de pessoas”. E qual a pretensão disto? Selecionar e preparar adequadamente o indivíduo humano, renomeado profissional, a cumprir todas as exigências de trabalho pretendidas pelos senhores do dinheiro. A finalidade oficial apresentada foi a do aperfeiçoamento visando a ascensão social e econômica, mas a real foi certamente maximizar os ganhos do empregador. Neste intervalo histórico, as democracias se expandiram, os centros urbanos se multiplicaram, e os políticos entenderam o poder da manipulação das massas. Alguns governantes eleitos e focados na manutenção desta massa humana sob sua liderança, os chamados populistas, criaram diversas regras trabalhistas, que incomodaram os senhores do capital, mas que ampliaram a importância do R.H. em todos os âmbitos de sua atuação. Quem não conhece a CLT de Getúlio Vargas, o mais populista de todos os presidentes que o Brasil conheceu. Entramos no século XXI com múltiplas disrupturas em diversas áreas da sociedade, e o R.H. não ficou fora deste turbilhão de mudanças. O declínio do relacionamento baseado em leis trabalhistas, o fim das atividades específicas e especializadas, migração para o trabalho remoto ou híbrido, e, principalmente a informatização das atividades básicas fez com que a quantidade de trabalhadores em R.H. despencasse de forma irreversível. Contudo, para cada coisa que termina, outra inicia, e a área de recursos humanos continuará sendo reinventada, sem perspectiva de deixar de existir. Autor: Arnold Gonçalves |
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